sábado, 26 de junho de 2010



Quando guardamos demasiadas mentiras dentro de nós,
é-nos quase inevitável olhar para as dos outros e tentar torná-las maiores que as nossas.
Quando a dor que escondemos se torna grande demais para encaixar no peito pequeno
só ficamos bem vendo-a reflectida nos que nos rodeiam.
Quando andamos perdidos e sabemos que o estamos
é mais fácil puxar-mos os que amamos para perto de nós
do que tentar voltar para perto deles. 





(e agora,  um aparte para uma pessoa especial
que dia após dia me tem mostrado há que coisas que nascem mas não morrem)
Não sei por onde é que andámos quando não estivemos de mãos dadas.
Não sei quem te limpou as lágrimas, ou se alguma vez choraste porque fui embora.
Tu também não saberás se me doeu, se os meus olhos se toldaram de água por sentir falta de ti.
Achei que tínhamos morrido.  Achei que tinhas saído do meu coração.
Mas tu estiveste sempre aí, não foi? De qualquer maneira, estiveste sempre aí.
Eu é que saí e quis procurar aquilo que não podia ser meu.
Partimos as asas conjuntas que tínhamos para fazer nascer outras, 
e as palavras fugiram-nos das mãos e deixaram de fazer com que nos procurássemos.
Achámos tantas coisas, que devo ter sido essa a razão pelo qual 
nos esquecemos de nos achar a nós mesmas.
Tinha-me esquecido da falta que me fazem as tuas palavras determinadas, 
sempre tão grandes aos meus olhos.
Nunca me lembrei de como precisava de ti, para me dizeres que
não me estou a perder, que estou no caminho de sempre.
Nunca me tinha apercebido de quanta falta fazia ouvir-te dizer que não sou estranha, 
que tenho a mania que o sou.
Eu para ti não sou estranha. Não o posso ser, nunca o vou ser.
Vivemos demais perto uma da outra para que nos deixemos de conseguir
conhecer assim.
Desde que me lembro de mim, que tu estás comigo.
Isto sabe a um voltar a casa, a um voltar a dar as mãos.
E desta vez eu não vou largar a tua.
Sempre que o mundo te parecer assustador, corre para mim que eu vou estar aqui.
Sempre. 
Gosto muito de ti!





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