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"So brown eyes I hold you near
Cause your the only song I want to hear
A melody softly soaring through my atmosphere."
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Por mais que tenha repetido esta pergunta em dias menos bons, nunca pensei nela
como uma possibilidade. Via-a nascer lá do fundo, e pequenina ela ficava lá, apenas a sustentar-me umas horas, enquanto o sol não nascia e eu seguia como sempre.
Aprendi umas quinhentas formas de andar até aqui, e de cada vez que aprendia uma nova esquecia a anterior. Deve haver algum motivo pelo qual nunca esqueci a forma como andava no teu peito.
Hoje voltei a ver essa pergunta. Mas agora ela aparecia vinda de trás de mim. Bateu-me ao de leve no ombro e sussurrou-me palavras suaves e suspiradas. Palavras que não apenas me sustentavam, mas me queriam dar um impulso repentino para o topo do mundo, eu tenho a certeza.
E agora não me sai da frente. Para onde eu vou, ela vai. Senta-se ao meu lado no sofá, lê, espreitando por cima do meu ombro, o livro que eu leio, embala-me á noite, puxa-me os cantos da boca e desenha-me na face um dos sorrisos mais abertos e espontâneos que alguma vez tinha visto no espelho, está em todas as minhas risadas, vive nas minhas conversas, acende-me a luz até quando estou numa rua qualquer. Mexe-me os pés e faz-me dançar, rodar, e até cair. Faz-me ridícula e marca presença nas minhas lágrimas, que ganharam uma certa cor.
E a minha mãe diz que acordo bem disposta, mas mal sabe ela que eu acordo acompanhada e isso é que faz a diferença.
Enquanto essa questão cresce eu fico subjugada no seu regaço, e por mais que a queira agarrar e colocar no espaço livre entre as aurículas e os ventrículos, ela parece-me agora grande mais.
Olha-me lá do alto com aqueles olhos adoçados, no momento em que as suas palavras embatem na minha caixa torácica e provocam fogo de artifício.
E se...?, sorri-me ela. E se?, lança-se para mim como uma criança para as pernas da mãe á saída da escola.
E entra-me ali por dentro, devastando todos os medos, aquando o teu sorriso embate nos meus olhos feito brilho Primaveril. Como é que eu te posso fazer entender?
Não se trata de uma só coisa, mas de um universo cheio delas que se move a cada acto que ousas realizar. Uma parafernália de perspectivas que repentinamente os meus olhos alcançam.
O horizonte deixa de ser horizonte e torna-se apenas qualquer coisa que está ali, que já não me impõe limites.
E se...? E se estivermos a deixar isto fugir? E se...não o pudermos fazer?
E se...se não existir mais ninguém que me possa voltar a dar este sopro de vida, esta vontade de viver. E se, se tudo isto for o tipo mais certo de errado, que me dizes tu?
Deixamos fugir?
Quero gritar-te que deixes esta pergunta ficar, que a deixes acompanhar-me de perto, dar-me a mão e dizer-me bom dia ao acordar. Que a faças ficar e gostes do que ela faz quando estás. Quero que queiras estar, e não quero dizer-te que quero.
E se...se não houver mais ninguém para nós, como podemos nós descobrir antes que o tempo acabe? E se...se eu correr, será que me fazes tropeçar? Se eu andar, e se eu andar, vais fazer-me parar?
E se...se estamos destinados a ser? E se não pudermos ser mais nada?
E se?, e o meu sorriso mais carinhoso nasce, e apetece-me chamar-te nomes queridos só para te ouvir suspirar, e olhar para mim como se ainda me percebesses. (bem, demasiado bem.)
Enfim terminei de ler o texto"
ResponderEliminarE... Que texto lindho. Como vc escreve tantos adjetivos belos.?#!
Gostei tanto deste texto.Tanto!
Vc nem imagina. É que tipo, ele é muito bom mesmo"
...(...)...
E se não pudermos ser mais nada? Vem a vida e nos faz apaixonado por amigos e sei la o que mais. Eu amo muito tudo isso sabe"
He a vida"
Bjws"
"(*_*)"