Há dias na vida em que sentes necessidade de parar.
Há horas em que te sentas frente a frente contigo mesmo e não podes deixar de te enfrentar. De alguma forma precisas de voltar a respirar, não suportas mais o ar entalado entre os pulmões.
Descalças as botas, porque elas pesam e adormecem os teus pés, mas deixa-las perto enquanto ponderas entre comprar umas novas, ou voltar a calçar as velhas, sujas de pó, com marcas de já terem percorrido milhares de quilómetros sem terem chegado a parte nenhuma.
Tiras a mochila das costas, deitas fora sentenças que a enchem, segredos que ocupam espaço, luzes que quando ainda tinham pilhas, brilhavam tão intensamente que bastavam para achares que eram verdadeiras, desmanchas ilusões, e no fim sobra-te um tecido cosido e vazio.
Sentas-te num lugar qualquer, baixas a cabeça e sentes a fraqueza correr-te nas veias com mais fluxo que o próprio sangue, e pela primeira vez nesta jornada sem destino tentas encontrar a resposta para a pergunta que tens carregado atrás de ti, e que sabes que está lá, e que te serve de sombra.
Praguejas contra essa mania estúpida de não desistir, de não parar para pensar que mata, esfaqueia, e volta a matar. Que te dói na pele como escaldão, como agulhas a perfurar, e da qual não te consegues livrar…
Resmungas, silencias, viras-te para todo o lado. Choras. Tudo te farta, tudo te enche, tudo te esgota…
Acabas por adormecer…
Quando acordas, não passou de uma tempestade. Voltas a calçar as botas, metes a mochila ás costas…muito mais leve, muito mais pronta…E sabes, tu sabes, que te vais cansar mais uma vez, quando a mochila estiver novamente cheia. Quando os teus olhos estiverem cansados…
Há horas em que te sentas frente a frente contigo mesmo e não podes deixar de te enfrentar. De alguma forma precisas de voltar a respirar, não suportas mais o ar entalado entre os pulmões.
Descalças as botas, porque elas pesam e adormecem os teus pés, mas deixa-las perto enquanto ponderas entre comprar umas novas, ou voltar a calçar as velhas, sujas de pó, com marcas de já terem percorrido milhares de quilómetros sem terem chegado a parte nenhuma.
Tiras a mochila das costas, deitas fora sentenças que a enchem, segredos que ocupam espaço, luzes que quando ainda tinham pilhas, brilhavam tão intensamente que bastavam para achares que eram verdadeiras, desmanchas ilusões, e no fim sobra-te um tecido cosido e vazio.
Sentas-te num lugar qualquer, baixas a cabeça e sentes a fraqueza correr-te nas veias com mais fluxo que o próprio sangue, e pela primeira vez nesta jornada sem destino tentas encontrar a resposta para a pergunta que tens carregado atrás de ti, e que sabes que está lá, e que te serve de sombra.
Praguejas contra essa mania estúpida de não desistir, de não parar para pensar que mata, esfaqueia, e volta a matar. Que te dói na pele como escaldão, como agulhas a perfurar, e da qual não te consegues livrar…
Resmungas, silencias, viras-te para todo o lado. Choras. Tudo te farta, tudo te enche, tudo te esgota…
Acabas por adormecer…
Quando acordas, não passou de uma tempestade. Voltas a calçar as botas, metes a mochila ás costas…muito mais leve, muito mais pronta…E sabes, tu sabes, que te vais cansar mais uma vez, quando a mochila estiver novamente cheia. Quando os teus olhos estiverem cansados…
Vais sempre precisar de algum tempo para parar...Uma bússola sem pontos cardeais...
Sem comentários:
Enviar um comentário