quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Segredo.



E deixa que as ondas de emoção
Acelerem a nossa pulsação
Nos movam, nos deixem vencer
Nos beijem a esperança
E em lençóis de carinho
Nos façam adormecer.

Deixa o tempo passar.
E quando, em qualquer outra vida
Nos voltemos a encontrar
Talvez que te possa amar.
Talvez que já te possa mostrar
Que encontrei algo em ti.

Por agora, leva no teu bolso
O esvoaçar do meu cabelo,
Numa dessas noites frias
Em que o vento nos tentou roubar.
Leva na tua mão, o quentinho
Do meu toque
E o tom alto do meu respirar.

Porque, vá-se lá saber como,
De alguma dessas formas que não podemos contar
Fizemos um acordo,
No silêncio do olhar.
E eu sei que soubeste que não foi só, apenas.
E tu sabes que eu sei que ficou no querer, no um dia voltarei
Para te ver,
E, nada querendo contar,
Guardamos num segredo que alojámos no peito
O suspiro por esse abraçar.
O suspiro por esse sorrir…
O suspiro para o que a vida não nos pôde dar, e deixou ir…

Guarda-me como um plano por idealizar.



' ...O sorriso com que abraças o meu olhar. :')...'

domingo, 9 de agosto de 2009

Atreve-te. (2009)



Pediram-me que me atrevesse.

Pediram-me que experimentasse, e que aparecesse. Disseram-me apenas que ia ser muito giro, e se eu perguntava, a resposta era que as actividades e tudo mais era surpresa.

Eu atrevi-me, e agora sei que não só as actividades foram uma surpresa, mas tudo o que vivi esta semana.

Foi novo. Foi perfeito.

Agora eu consigo perceber que o amor de Deus, é muito mais poderoso do que eu tinha em conta, e que ele nos dá constantes povas que no caminho, nunca devemos desistir, ou parar porque não nos apetece andar para a frente.

Que á nossa frente não sabemos o que está, se lá não chegarmos.

Esta semana eu senti uma felicidade como há muito não sentia. De repente o sol que eu deixei para trás um dia, voltou a nascer e eu vi-o crescer todos os dias, quando de porta em porta, levava Deus a cada pessoa, e na sua face via um sorriso e um obrigado.

Eu vi-o crescer a cada passo que dei ao lado dos amigos que fiz e das pessoas que aprendi a amar, em apenas uma semana. Eu senti o seu calor adensar-se a cada cântico em que as nossas vozes se juntavam e a cada gargalhada conjunta ou cada vez que as nossas mãos se davam.

Senti Deus em mim, como se fosse a primeira vez. Senti realmente a calma, a leveza...a luz.

Essa esperança de que podemos ser melhores quando lutamos por aquilo em que acreditamos, que somos sempre perdoados e as nova chances e oportunidades não se acabam. Porque ele está sempre do nosso lado. Ele está sempre perto, está sempre dentro, mas também tu tens de o procurar, de o ver e não passar ao de leve em cada momento que nesta vida te é dado.

Pediram-me que me atrevesse. E eu atrevi-me. E eu amei, e eu entreguei tudo aquilo que podia. Dei e recebi. Mudei, mudaram-me. Abriram-me os olhos para a realidade mais bela que alguma vez pude ver. Não se pode explicar por palavras porque elas não chegam.

Neste momento, as lágrimas caem. Caem de felicidade, caem de tristeza. Uma felicidade que eu vou guardar em mim para sempre. Uma tristeza por ver ir embora pessoas fantásticas que me fizeram ver que no mundo, afinal, existe alguém que é capaz de ver como eu, é capaz de sentir de verdade e amar, e sorrir, e estar perto.

Tenho apenas a dizer obrigado. Obrigado por todo este rol de emoções inexplicavelmente perfeito. Por esta luz dourada que brilha agora dentro de mim.

Toda vez que do meu interior a oração brotar, eu sei que estou junto de vocês, porque pessoas assim, não se esquecem...Levam-se para sempre bem juntinho de nós. :')

Obrigado.



"Tocaste o meu rosto com as tuas mãos de luz e desenhas-te este sorriso

O que mostro não sou eu, este sorriso é teu.

Ata-o ao teu coração...

Fá-lo crescer e deixa-o viver, sempre que te segrede a minha oração.

ATA-O AO TEU CORAÇÃO."



Para sempre.Até sempre.


sexta-feira, 7 de agosto de 2009



'E quando fores, lembra-te de mim como se estivesse para sempre.'

domingo, 2 de agosto de 2009

Acabar;Começar.



Estamos sempre a começar e no entanto dizemos não ser felizes.

Começar pesa sempre de mais.

Começar pesa porque precisamos acabar antes e não ter medo de o fazer. Não ter medo de o sofrer...Porque começar não é de extremos e implica ter asas fortes como ferro e leves como os dentes-de-leão que florescem com os subtis indícios Primaveris.

Parece-nos sempre mais uma morte que um nascer, porque no nosso peito arde algo a mais que tememos que continue a arder.

E enquanto perdemos o tempo do bolso, e os momentos se vão das nossas mãos como areia, a nossa felicidade foge para longe, para um novo porto. A nós parece-nos que tudo mudou, e se olhassemos com mais atenção, talvez conseguimos entender que a solução era essa mesmo.

O humano é cobarde. Fica na comodidade do que já era, no que já conhece. Porque lhe chega, e porque um dia há-de melhorar. Se não melhora a culpa é do destino, a culpa é de Deus...a culpa é do resto do mundo.

Deveríamos começar completamente. Devíamos aceitar cada lugar novo como uma hipótese para nos conhecermos...porque se fomos ter ali, é ali que devemos esta, é ali que nos pediram para ficar...e é ali onde um dia nos vamos sentir bem.

Porque muitas vezes nós ficamos a meio. Temos metade de nós dentro, e metade fora. Como se não quisessemos realmente ficar, e nos impedissemos de realmente ir.

Não dizemos palavras que nos levem a um objectivo porque o 'entre' ocupa-nos tudo. Ocupa-nos a decisão e o tempo, e a paciência e adormece a vontade de amar. E perde-nos.

Perde-nos porque nada faz sentido, se não fores capaz de ver a tua capacidade de amar. Porque se não conseguires mais sentir o quentinho de um carinho, parece-te estar demasiado frio onde está e precipitaste a correr...sem destino. E vais continuar a querer morrer, sem saber, e por não o saberes...vais ter medo de o fazer...e se não o fizeres ficará algures entre o final e o início.

E nunca sais daí.

E vai continuar a pesar mais e mais...até quete achas sem força suficiente para voltar a nascer.

A começar.

E o tempo cai-nos do bolso.

Deviamos acabar e começar mais vezes. Deviamos estar atentos a ós mesmos, a ver para além do reflexo no espelho...porque tanta vezes somos algo definitivo. Um exemplo. E levando-nos a ficar na escuridão, levamos outros.

Deviamos ter a coragem de ficar completamente aqui. Ali.