terça-feira, 30 de junho de 2009

Nunca Penses*

Nunca penses que te vou deixar cair,
Sem na tua mão segurar e tentar.
Nunca penses que sozinho vais sair
Que não vou estar lá para te encorajar…
Nunca penses que te vou deixar sozinho,
No mundo, abandonado…
Se um dia ele te cair em cima,
Segurá-lo-ei para te ver acordado.
»I believe.

Dialectos da Transparência




A caixa é tão pequena. É tão fechada...mas tu gostas dela.


Habituaste-te a esta sombra em demasia, a este sol apagado e não queres saber do que se passa no outro lugar. Dizes que é paralelo ao teu, como se de outro mundo se tratasse...como se precisasses de um portal, sabes, daqueles dos desenhos animados, com uma luz reluzente azul ou rosa, em forma oval, que depois de um turbilhão, te deixam cair em qualquer lugar que não conheces. Aqui, precisas apenas de querer. De querer mover o teu braço e empurrar a porta de papelão que inventaste para ti...em mil sonhos.
E tu até conheces o outro lugar...conheces parte dele, porque todos nós somos assim...conhecemos a metade boa, e adoramos...ficamos. Conhecemos apenas a parte má e renegamos...fugimos. Não podemos saber de tudo mesmo que a nossa vida seja eterna...
Há sempre algo novo a surgir, algo que nos faz mais velhos, mais ultrapassados...mais lentos.
És pequena num tamanho demasiado grande. Na verdade, sei que tu sabes que as princesas não existem mais...Mas continuas a querer fazer da tua pequena caixinha um castelo.
Não quero estar aqui quando as primeiras chuvadas do Inverno chegarem...Mas sei que me vais chamar...
Vais chamar-me com aquela vozinha com que sempre me chamas quando achas que deves voltar atrás para refazer o que fizeste, ou quando achas que o céu está a demorar demasiado tempo a clarear. Também tive essas dúvidas em dias passados que não gosto de lembrar...Aí tu eras a grande, e sabias sempre tudo. Hoje, eu sei que não te vês como já fostes. Sei que não te queres ver novamente numa casa normal, com quatro paredes, um telhado e uma porta feita de metal...e assim é mais simples...Mas até quando? Até quando terás tu essa imaginação que não te larga e não te aconselha? Que não te acalma e nem te devaneia?
É...sempre tiveste o poder de imaginar, e dos sonhos, fazer realidade...
Mas talvez esta realidade, seja apenas mais uma das tuas formas de sonho.
Eu não te vejo. Já te procurei em todas as caixinhas de papelão...As quadradas, as rectangulares, as cilindricas...Oh sim...esquecia-me...Não procurei nas que têm forma de Castelos. Também procurei nos primeiros raios da manhã, e nos últimos do luar. Em cada espelho. Em cada sorriso e cada olhar...Vi até debaixo das flores e por entre as nuvens...
Tu não me queres encontrar...
Eu procuro por ti, e também tu procuras por ti.
De uma forma ou de outra...Talvez te encontremos um dia. Talvez te achemos caída entre as gotas da chuva, ou entre a transparência do ar...
Agora, basta pensar que nesse castelo que construíste, estás feliz.


Chega acreditar que a ilusão te chega.

sábado, 27 de junho de 2009

Ganhar ou perder.


Entrei como quem quer ficar fora, mas dentro...Como quem não quer por completo, ou brinca com o querer...

Dentro de mim sabia que era melhor até brincar...mas eu não o fazia, tendo consciência...

Agora, podia ver quem quisesse, fugir até ao lugar mais frio da terra, onde tudo congela, onde o corpo pára, onde os ossos partem...OU até ao mais quente, onde o teu corpo cai, os teus olhos se fecham, e adormeces...Eu te iria encontrar...

Eu iria sempre ver algo que me fizesse querer disparar a falar de ti, de como te moves, do que dizes, de como pensas...

Então eu sei que já não estou a brincar. Eu sei que passou das brincadeiras e nem sei quando começou a ser a sério.

Sim...Talvez doa mais assim. Não, eu sei que dói mais assim.

Sufoca a garganta, nas palavras bonitas que não são para mim e na vida que me dás por metade.

Andamos tão desencontrados...As horas passam rápido demais, e eu ouvi há muito dizer que o tempo não espera por ninguém. Talvez seja hora de dizer um "adeus" e não "boa noite"...bons sonhos, dorme bem, até amanha...amo-te.(?)

Não eu não disse isso.

Não, eu nem sei se o pensei...Mas ultrapassa uma palavra...

No entanto dizemos quase sempre as mesmas...repetimo-las vezes e vezes como se isso nos aproxima-se em corpo.

Acho que deu resultado.

Acho que não preciso de te dizer mais uma vez o que sou. Tu sabe-lo.

Mas eu bem que tentei fugir...eu fiz tanto por não sorrir, eu andei por ruas e lugares e mudei o meu pensamento. E até as gotas de chuva imaginárias eu contei para não me lembrar de ti...

Promessas...eu não as quis, eu não as quero.

Escondi.Escondes-te...mas fica tanto ainda por se saber...se eu fugir agora...se eu correr, bater com a porta e não olhar para trás...

Porque eu sei, eu sei que se olhar para trás vou ver-te ainda ali...como disses-te que ias estar...para sempre.

Mas o que é o para sempre?

O para sempre somos nós que o fazemos...o para sempre pode ser já amanhã.Pode ser até ao fim da minha vida...e da tua...e da nossa.

Somos tão novos...Temos tanto para ver...

Talvez por essa mesma razão sintamos assim...Talvez por essa razão tenhamos que dizer tantas palavras, que falar de tudo o que nos rodeia...do que nos faz felizes...


De nós...porque nós fazemo-nos felizes...

Mas e se me pudesses ver agora?

Se pudesses ver as minhas mãos sobre o rosto para apagar a luz e te manter inconfundível em mim, os gritos interiores para calar as palavra fica...os gritos silenciosos do que sei ser certo: "AMA-A!AMA-!AMA-A!AAAAAAAAAAMAAAAAA-AAAAAAAA!"

E podia ser apenas raiva. Mas não é...É culpa e raiva.

Qunato mais tento fugir, mais fechada em ti me encontro...Cada passo que dou para a saída, vou de encontro ao teu sentimento...sim, porque a saída está escrita em ti.

Será essa a razão que não deixa os meus pés virarem no sentido contrário?

E pensar que comecei a brincar...com palavras abafadas e risinhos de escola primária...

Já nem sei brincar mais...Deixamos de achar piada aos espaços quando eles ficam demasiado apertados. Este lugar fecha-se cada vez mais, mas eu não quero sair daqui...Pois se sair daqui, só pedirei a ti a mão que me vai segurar. Uma mão que nunca toquei...não sei que textura tem...Mas sei de qualquer forma para mim será sempre suave...Livre e doce.

Livre mas presa...Livre mas PRESA.

Porque é sempre assim...Cada vez que penso em ti, penso numa saída, demasiado fechada, por metade de um coração...

Mas eu quero sempre o resto que falta, e nunca consigo parar enquanto não o ganhar todo, ou perder todo.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Desistir...

Se fosse rio e não mar, eu teria-me deixado levar.
Se fosse noite e não dia...Se fosse certo e não balouçasse.
Quantas coisas nesta vida eu posso dizer que aconteceram por um motivo certo?...Eu não sei.
Acho que nos esquecemos. Esquecemo-nos das pessoas, e dos lugares, e dos céus que já vimos...e daquilo que já sentimos...
Deixamos teias de aranha pelos cantos escondidos do coração...Uma vez e outra, lá caem nas teias saudades...saudades perdidas que zumbiam por ali algures há tanto tempo.
Tantas moscas-saudade eu já ouvi voarem á minha volta.
Também me esqueci.
É simples e conciso.
Mas mesmo assim, custa tanto limpar essas teias de aranha...matar essas moscas...Há uma comodidade excessiva na saudade, que trás pegada a si, uma tristeza amarga.
A tristeza sempre foi cómoda...sempre pareceu fácil. Não pareceu...é fácil. É fácil enrolar o corpo e adormecer nas lágrimas...é fácil sentir a dor...na forma mais estranha do que se possa dizer..
Aninhares-te na desilusão, desistires de tentares. Tentar é tão difícil...
Cansaste de caminhar com o objectivo de algo...focaste em apenas aquilo...quando o objectivo te falta, paras. Não tens porque caminho ir...Sentas-te no chão e desesperas...Esperas por alguém que te carregue nos braços. Que alguém faça tudo por ti.
Afinal, a tristeza dói, não porque perdes-te alguém, mas porque perdes-te o alguém que dava sentido ao resto que te fazia lutar...
Lutar torna-se fácil quando é algo que queres...
É assim também com o caminhar...com o esperar...com o perceber e o confiar...
Quando tens do outro lado algo que amas, então não te cansas, mesmo se estiveres cansada. Mesmo que seja um súplicio...pensarás sempre que já estiveste mais longe.
Nesse caso, é inaceitável desistir...
É por isso que não sou capaz de desisitir...pois isso iria causar uma dor maior que um dia te perder...

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Falar de ti...de um dos lados do oceano.






Há agora algo entre nós que me parece mais fundamentado. Talvez melhor, mais aceite, mais correcto, mais sedimentado.
Muitos são os que me dizem que eu nunca desisto daquilo em que acredito...
São os meus sonhos...como poderia desistir deles?


Como poderia deixar de querer aquilo, se querer aquilo me faz continuar a andar para o conseguir?
É sempre assim, quando temos um sonho. É o sonho que nos faz avançar, porque de sonho podemos entender logo uma vontade de conseguir, um desejo. Não há sonhos ímpossíveis, mas sim difíceis de conseguir, e só hoje pensei como a palavra "impossível" é careta.


Para quê aceitá-la?


Porque não a aceitamos nós? Porque sonhamos. Porque temos um sonho, que por si só não nos deixa desistir, e faz ainda com que as palavras pareçam muito mais perfeitas do que o são.
Sim, porque as palavras são como as raposas....[...] Entram-me elas no coração, e se muitas vezes fazem com que eu pule de alegria, enquanto o meu corpo estremece e me foco em ti, outras levam-me a sentar-me sozinha, céptica e perdida nesse teu mundo onde não sei onde é o meu lugar.
Os sonhos são para mim como a escuridão. Enquanto no meio daquela ausência de luz estiver a pessoa que eu quero a segurar-me a mão, e a rir comigo...a adivinhar onde estou, sabendo que estou mesmo ao seu lado, então eu sigo em frente e não penso mais...Sigo o sonho e pouco mais me importa. Afinal se estou feliz, é sinónimo que estou a fazer aquilo que quero.
Mas se me encontro meio que adormecida, nas brumas do meu quarto, quando o silencio se alonga á minha volta, e tudo parece estar supenso num suspiro terrorífico, então eu começo a tremer de frio, de medo...fecho os olhos. Se sonho sozinha, então o sonho não tem piada. Então o sonho torna-se uma obrigação e eu fujo dele...O sonho torna-se pesadelo.


Qual deles vais deixar que seja o nosso...(ou o meu?)...


O sonho, não é apenas uma passagem da noite, em que vês imagens distorcidas e sentes fulgores na pele e no corpo...o sonho pode dizer-se um próprio sentimento, um conjunto deles. O melhor de tudo é a verdade que ele nos mostra...Cada vez que tentas convencer-te de algo.
Lembro-me de me ter tentado convencer que eras para mim alguém especial...Rasurei o "muito". Tive medo dele, não me quis entregar a essa tensão de esperar que fosse o mesmo para ti, então simplesmente lhe passei um risco por cima. Mas um risco leve...um risco suave...como se diz em Inglês...Um risco smooth...
Nessa noite, que pensei tantas vezes : 'não quero o muito', eu senti o teu abraço e o meu corpo aninhou-se. Quando acordei estava ainda encantada e perdida...Num mundo qualuqer que tu me mostras e que me faz sentir tão bem...tão livre e tão presa.
O sinónimo da palavra "sonho" é sempre algo agradável, algo rodeado de azuis e rosas claros e suaves...Coisas esvoaçantes e desnítidas mas que sabem bem, acalmam...Então tu serás um sonho. Mesmo que sejas realidade, serás sempre sonho, porque quando o sonho se torna real, ele continua sendo um sonho já que era aquilo que para ti seriam fantástico enquanto só o podias sonhar. Resumindo, aprendes a sonhá-lo de uma forma diferente. Aprendes a sonhá-lo não apenas em palavras e sentimentos...mas em actos e sensações, e momentos e ambições conjuntas.
É bom ter um objectivo de vida, mas é bem melhor se o tivermos em conjunto, com alguém que lute pelo mesmo que nós.
Sei que agora nos é difícil lutar por algo em conjunto...Tu tens demasiadas coisas com que lutar...pelo que batalhar. Eu também.


É viver juntos mas separados, é partilhar juntos mas separados.


Nós lá conseguimos...suportados pelo Sonho. (Que ainda o é apenas.)
O mundo ainda tem muitas coisas por serem vistas...isso não me assusta se acreditar que te encontrarei em algum lugar...por aí algures, porque como tu dizes, nada é por acaso, e se isto aconteceu, foi o destino!...(Aquele em que eu não acreditava, mas a que dei crédito pois não vi razão para não o fazer.)
Quantos meses já lá vão? Não sei, não os conto...Isso que importa? O tempo é o tempo e ele continuará a passar...o que importa é que nesse tempo não nos esqueçamos que nos seguimos de perto cada vez que olhamos o pôr-do-sol, cada vez que sentimos a chuva fria no pescoço e aquela sensaçao de arrepios doces...
Este querer tanto assusta porque não há mais razão para o fazer que não uma aproximação estranha e um sonho (ou mil deles)...Mas chega, e dá. Por vezes sobra.
Os sonhos têm também ausências. Essas ausências sonhadas não assustam muito, mas também não ficam indiferentes ao coração. Na maioria alimentam apenas o bichinho da saudade que engorda e engorda, e depois ao andar no nosso coração se nota mais o peso, a batida das pegadas. Ela ficam marcadas de maneira superficial...daquela maneira que só fica enquanto o vento não vem e as tapa...
São assim as ausências nos sonhos. São saudade pura, mas leve.
Essa saudade faz bem, não mal... Ela faz-nos recuar cada vez que vamos demasiado em frente...e depois faz-nos voltar para a frente, porque queremos matá-la. Porque queremos saber, porque queremos estar, dar a mão, ainda que personificadamente;ajudar. (e ser ajudados.)
E de distância eu poderia dizer tanta coisa. Que ela dói, mas que ela faz sentir o "especial". Que ela mata momentâneamente, mas que ela ressuscita com actos pequenos, que vistos assim são pequenamente grandiosos. Acima de tudo ela ensina-nos.
Ensinou-me a ter calma e a confiar...Não que não duvide, não que não tema ou recue, ou rejeite...Todos nós o sentimos pelo menos uma vez...Mas porque eu quero acreditar...porque nunca tive tanta vontade de acreditar.


Porque de uma forma ou outra eu sei que o tempo não foi perdido.

Não por inteiro talvez...existem coisas que continuam a magoar...pequenas coisas que me dizes para ignorar, mas que talvez sejam mais importantes do que podemos imaginar. E nós já imaginamos tanta coisa...
Acredito que por vezes canse. É por isso que nos calamos um dia ou outro, que não dizemos nada, que ficamos com a nossa vida particular. Com aquela com a qual já sabemos lidar...e da qual trocamos ideias, esperando que um dia as possamos cruzar, e nesse dia estejamos já prontos para agir de uma forma certa...
Mas eu não quero. Não quero que saibamos já o que fazer, o que dizer, o que sentir.
Como disse, não quero ser para ti o que ela é. Porque ela é meio que vazia...e eu sei ser cheia.
Cheia de tudo e cheia de nada.
Então desta vez, quando eu adormecer eu não te vou dizer..."Vou sonhar contigo". Não, porque contigo eu sonho a cada segundo, porque como eu disse, sonhar, é querer conseguir, é desejar, e eu quero sempre, em qualquer condição, de qualquer forma, faça chuva sol ou outra coisa qualquer...quer estejam do meu lado ou contra mim...
...Porque na verdade, para continuar a sonhar, só precisamos um do outro e muita coragem.














sexta-feira, 12 de junho de 2009

Percebo mais coisas á medida que o tempo vai passando.

Adormeço embalada pelas notas do piano que assegura a sua presença na minha mente...é como se estivesse estado sempre ao seu lado, todo este tempo...sempre naquela melodia lenta e demorada.

Sinto-me criança. Sinto-me criança a sonhar, a voar, a deixar-se levar por um mundo fantasioso. E sou como as crianças...eu não vou para de jogar, de brincar enquanto não cair. Enquanto não chorar e dos meus joelhos jorrar um sangue quente e vermelho, enlameado...

"- Depressa, temos de desinfectar isso, se não começas uma infecção que até..."

Que até...

Lembro-e destas palavras de quando era pequena. Lembro-me delas, não sei como ou porquê, mas elas ficaram. Talvez seja porque agora já ninguém diz:

"- Vamos, rápido, temos de desinfectar o coração, senão a infecção alastra..."

É tão cruel ter um coração infectado...

quinta-feira, 11 de junho de 2009

no name

Debeixo dos meus pés as flores abrem-se para o sol.
Chamam-no com tal entusiasmo, que sinto as pétalas moverem-se no peito do meu pé, desenhando movimentos doces e suaves...Como uma bailarina, saltando pelo palco no seu tutu de cor doce.
Toda a gente a olha com magia ao atravessar os focos de luz...
Eu hoje olhei com magia para ti.
Não sei muito bem para o que olhei, mas sei que vi algo que brilhava, e algo que me fazia brilhar...
Despertava um sorriso estranho.
As flores continuam a abrir-se, de uma forma rápida, como se tivessem medo que o tempo as murche, antes que as suas pétalas se exibam em todo o seu esplendor.
Mas eu não tenho pressa...
Sinto tanto mundo em volta de mim, que me apetece parar para pensar neste momento eterno.
Ficar aqui, encostada á janela fria, olhando os pontinhos brilhantes.
Eu fico sempre aqui.
Hoje apetece-me chorar...Mas um choro que não seja só triste, não seja só mais um daqueles choros que só atacam o coração...
Hoje aptece-me o meu choro de não sei...Um choro que não aparece por nada, e por nada se vai...Um choro que não tem razão, que não levanta, nem cai. Um choro que apenas fica uns momentos, e depois me deixa céptica, sempre a questionar.
Quantas questões pus ao mundo hoje? Ontem? Todos os anteriores dias daquilo a que chamam vida?
Oh eu não sei...Oh eu não me lembro de nenhuma certa, errada, ou contra. Ou mesmo a favor. Talvez nem a indiferente.
São pontinhos difusos que eu observo de dentro do carro.
São pontinhos que se deixam atrasar, ou se antecipam, e me fazem adormecer...
Esta noite, eu estou de férias de mim.
Eu fechei-me para mim, para o mundo, para ti. Fiquei vazia, sim vazia, mas tão cheia, tão inundada do meu eu...
Já sinto a calma entrar pelas narinas com o cheiro da noite....e a música remexer no meu coração.
Há tanta coisa por arrumar lá...Há esperanças pelo chão, e sonhos presos nas paredes meio caídas...Vidas no meio das portas, e saudades emcima do sofá...
Dúvidas como pó impregnado emcima dos móveis...
Tentas, mas afinal já não és capaz...e pensas que ao menos tentaste.
Habituei-me a esta desorganização...mas sei que um dia vou cansar-me dela.
Começo a cansar-me dela.
E depois não sei para onde fugir, e as lágrimas começam a cair...
Chegaste perto de mim como as nuvens no Inverno. Trovejaste, choveu. O vento não parou e correu...uma tempestade a dar entrada no meu caminho. Mas a chuva acalmou, e ficou por aqui...de uma forma quemte. Dancei debaixo dela...Mas agora, agora fazes com que gotas grossas me sufoquem...Já não consigo respirar.
Começa a pender a cabeça, parece fechar-se...uma dor lacinante nas fontes e mil sorrisos a acabarem-se...
[...]

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Did you forget?

Se é assim tão forte, porque fraquejo eu?
Se é assim tão grnade, tão paranormal, porque me vem aquele tremer, aquele apertar do coração?
Tu esqueces-te?...
Saíste sem mais palavras, e eu tive a resposta que há tanto me perguntava.
Vai doer, se for assim? Vai doer quando a distância aumentar?
Vamos acabar a sofrer.
Mas os sonhos têm sempre mais força e eu deixo-me vencer.
Então vais esquecer? Vais deixar-me perdida entre a tua rotina, entre as tuas palavras, ou vais carregar-me perto de ti?
Não chores, não chorarei. As leis do mundo não mudarei. Nem vale a pena tentar.
Mas lá no fundo eu sei, que a cada passo que dás, estás a pensar, com os olhos fixos em algum lugar, com os lábios cerrados e um pesar no coração, uma lágrima levemente escondida no olhar...e do mesmo modo faremos.
Do mesmo modo alguém vai chegar e nos vai falar...Nós abriremos um sorriso, faremos o olhar brilhar e viveremos a vida como se não houvesse nada para além do nosso lugar.
O meu lugar poderia ser aqui, se não levasses parte de mim.
O teu lugar poderia ser aí, se não guardasse parte de ti.
Fingimos.
Mas será que esquecemos mesmo?
Desta vez as palavras foram erradas...Desta vez elas calaram-nos e resumiram-nos a um adeus vazio.
Falámos sem pensar, como os humanos fazem, como as emoções nos controlam. Não vale a pena, agora não vale a pena...
Sentir a cabeça a cair sobre os ombros, o coração querer sair do peito...o mundo deixar de ter graça por uns dias...
Então não esqueças, que eu esperarei por ti.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Quem disse que para estar junto é preciso estar perto?

" Amar é querer longe se sentirmos que nos faz felizes. "








Que mal faz dar-te o que sou, se a esperança não acabar?
E mesmo que nao sintamos esse abraço agora, que mal tem sonhar?
Querer como queremos é de facto uma loucura, mas é essa a condiçao do mundo agora.
Acredito que há-de chegar a hora...Essa hora de que tanto falamos, essa hora que tanto ansiamos, em palavras, em actos, numa distancia demasiado grande.
Talvez seja esse o erro, neste grande sonho. Ou talvez o erro seja mesmo o sonho. Talvez seja o sonhar que um dia nos fará sofrer. Me fará sofrer. Te fará sofrer.
Não quero que aconteça.
Não quero que morra, que desapareça.
E eu sei, príncipe, eu sei que ela vai voltar como tu a conheces, e eu ficarei apenas esperando de novo...Afinal ela tem-te, afinal ela rege-te...Afinal é ela. =(
Mas as tuas palavras só a mim pertencem, os teus sonhos em mim se condensam, e é nesse momento, debaixo dos lençois que a mente flui...e os coraçoes se encontram. Encontram-se perante os meus olhos que correm sempre o risco de deixarem escapar uma lágrima ao amanhecer...Porque nesse momento os meus olhos nao estao mais em ti...Tenho medo que o coraçao fuja com eles.
Sucessivamente me encantas, me alegras, e eu estou em ti.
Tao difícil ter de viver contigo guardado onde nao te posso tocar...Tao difícil precisar de ti.
A cada passo sei que me guias, de outro lado e isso faz de tudo o que nos envolve mágico.
Uma espécie de mundo a parte, onde andamos apenas por caminhos paralelos...É como se andasses na terra, e eu no céu.
Viver o resto das nossas vidas, mas nao juntos.
(?) Vais fazer disto uma verdade? Já fazes?
E foi assim que um dia me disseste que sonhas comigo.
Me disseste que é maior o que sentes agora...
Que a esperança te incentiva...E sim, foste tu quem me fez acreditar no destino, nos momentos...no que há de vir.
Diz-me agora que esperarás...Esperarás o momento em que possamos olhar para dentro de cada um, que pareceremos saídos de um filme correndo para a frente, sem tirar os olhos da verdade...Esses minutos eternamente presentes em que encostarei a cabeça no teu ombro.
Um abraço inocente, tao esperado.
Vais ficar?
Vais dizer-me uma vez mais?
Vais fazer verdade?
"Quem disse que para estar junto é preciso estar perto?"