sábado, 27 de junho de 2009

Ganhar ou perder.


Entrei como quem quer ficar fora, mas dentro...Como quem não quer por completo, ou brinca com o querer...

Dentro de mim sabia que era melhor até brincar...mas eu não o fazia, tendo consciência...

Agora, podia ver quem quisesse, fugir até ao lugar mais frio da terra, onde tudo congela, onde o corpo pára, onde os ossos partem...OU até ao mais quente, onde o teu corpo cai, os teus olhos se fecham, e adormeces...Eu te iria encontrar...

Eu iria sempre ver algo que me fizesse querer disparar a falar de ti, de como te moves, do que dizes, de como pensas...

Então eu sei que já não estou a brincar. Eu sei que passou das brincadeiras e nem sei quando começou a ser a sério.

Sim...Talvez doa mais assim. Não, eu sei que dói mais assim.

Sufoca a garganta, nas palavras bonitas que não são para mim e na vida que me dás por metade.

Andamos tão desencontrados...As horas passam rápido demais, e eu ouvi há muito dizer que o tempo não espera por ninguém. Talvez seja hora de dizer um "adeus" e não "boa noite"...bons sonhos, dorme bem, até amanha...amo-te.(?)

Não eu não disse isso.

Não, eu nem sei se o pensei...Mas ultrapassa uma palavra...

No entanto dizemos quase sempre as mesmas...repetimo-las vezes e vezes como se isso nos aproxima-se em corpo.

Acho que deu resultado.

Acho que não preciso de te dizer mais uma vez o que sou. Tu sabe-lo.

Mas eu bem que tentei fugir...eu fiz tanto por não sorrir, eu andei por ruas e lugares e mudei o meu pensamento. E até as gotas de chuva imaginárias eu contei para não me lembrar de ti...

Promessas...eu não as quis, eu não as quero.

Escondi.Escondes-te...mas fica tanto ainda por se saber...se eu fugir agora...se eu correr, bater com a porta e não olhar para trás...

Porque eu sei, eu sei que se olhar para trás vou ver-te ainda ali...como disses-te que ias estar...para sempre.

Mas o que é o para sempre?

O para sempre somos nós que o fazemos...o para sempre pode ser já amanhã.Pode ser até ao fim da minha vida...e da tua...e da nossa.

Somos tão novos...Temos tanto para ver...

Talvez por essa mesma razão sintamos assim...Talvez por essa razão tenhamos que dizer tantas palavras, que falar de tudo o que nos rodeia...do que nos faz felizes...


De nós...porque nós fazemo-nos felizes...

Mas e se me pudesses ver agora?

Se pudesses ver as minhas mãos sobre o rosto para apagar a luz e te manter inconfundível em mim, os gritos interiores para calar as palavra fica...os gritos silenciosos do que sei ser certo: "AMA-A!AMA-!AMA-A!AAAAAAAAAAMAAAAAA-AAAAAAAA!"

E podia ser apenas raiva. Mas não é...É culpa e raiva.

Qunato mais tento fugir, mais fechada em ti me encontro...Cada passo que dou para a saída, vou de encontro ao teu sentimento...sim, porque a saída está escrita em ti.

Será essa a razão que não deixa os meus pés virarem no sentido contrário?

E pensar que comecei a brincar...com palavras abafadas e risinhos de escola primária...

Já nem sei brincar mais...Deixamos de achar piada aos espaços quando eles ficam demasiado apertados. Este lugar fecha-se cada vez mais, mas eu não quero sair daqui...Pois se sair daqui, só pedirei a ti a mão que me vai segurar. Uma mão que nunca toquei...não sei que textura tem...Mas sei de qualquer forma para mim será sempre suave...Livre e doce.

Livre mas presa...Livre mas PRESA.

Porque é sempre assim...Cada vez que penso em ti, penso numa saída, demasiado fechada, por metade de um coração...

Mas eu quero sempre o resto que falta, e nunca consigo parar enquanto não o ganhar todo, ou perder todo.

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