domingo, 28 de fevereiro de 2010

PARAR!

«Como é bom parar!...
Senhor, nesta hora da vida eu gostaria de parar...
Para quê tanta agitação? Eu já não sei parar! Eu já não sei rezar!
Fecho agora os meus olhos!
Quero falar conTigo, Senhor! Quero abrir-me ao Teu mundo.
Quero abrir o meu coração ao Teu coração!

 Sinto uma enorme agitação em todo o meu corpo que corre, que anda, que busca, que se agita...
 Também os meus pensamentos não param!
 Nesta hora de vida, Senhor, eu gostaria de parar!
 Porquê tanta corrida? Porquê tanta agitação?
Eu não posso "salvar o mundo"...não consigo fazer aquilo que me parece importante...
Eu sou apenas uma gota de água no imendo oceano da Tua maravilhosa criação.

O que é verdadeiramente importante é buscar o teu rosto...
O que é verdadeiramente imprtante é parar de vez em quando e tentar
dizer que Tu és a Bondade, a Paz, o Amor!
É urgente deixar que Tu fales dentro de mim...
E viver na profundidade das coisas e no contínuo esforço de Te buscar,
No silêncio do Teu mistério!

O meu coração continua a bater, mas é um bater diferente.
Não estou a fazer nada...estou simplesmente diante de Ti, Senhor.
E...como é bom PARAR diante de ti!»



      Ele chamou-me. Ainda que me visse a correr sem notar o que estava á minha volta, não gritou para que esperasse.
  E eu corria, continuava a correr, tentava chegar a todo o lado apenas com duas pernas pequenas e uma dose enorme de preocupação. Em estar lá. Em segurar quem lá estava. Em garatir que ninguém se perdia, tropeçava, caìa...
     Ele apressou o passo, e alcançou a minha mão...E então tocou-lhe. Tocou a minha mão, e tocou tudo o que é meu. Tocou a minha alma, o meu coração, e o seu toque foi como o despertador que nos interrompe um sonho pela manhã.
  Acordou-me, abriu-me os olhos. Os olhos do coração. E eu parei.
Parei e foi então que consegui ver que tentando estar, eu não estava em lado nenhum que fosse meu. Eu estava a tentar erguer um castelo começando por o nada...Esquecendo as suas bases, os seus apoios...
 Parei...e foi então que consegui ver que primeiro precisava de me conhecer a mim, de me encontrar a mim e de me deixar encontrar por Ele.
É bom, tão bom estar aqui, diante de Ti...Parada. Em silêncio. Nesta conversa.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Innocence.

She's a lost sheep in a jungle...





I hope she can find the way home before the storm arrives...











«Tinha as faces rosadas e o coração debruçado para o mundo.
(...)                 
Nunca mais a vi depois desse dia…Nunca mais a senti depois desse dia.
E eu sei que ela já fez parte de mim»

                                                                                      (Onde andas tu? Eu preciso de ti...preciso cada vez mais de ti!)

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

I'm a small step behind you...

Acho que é a maior das viagens que já fiz. Mas na verdade é por ser a mais difícil que me parece a maior…
O caminho é o mesmo, a distância não muda…Mas neste percurso há muitas mais curvas e eu acabo por enjoar quando a velocidade é em demasia.
Mas se ando muito devagar, começo a fraquejar, e a vontade de parar atinge-me. Geralmente é quando te vais que isso acontece.
Quando não posso conversar contigo e distrair-me da dor que se acumula nas minhas costas, quando não te posso olhar e abrigar a minha fraqueza na tua força, quando preciso de rir, para o dia se tornar solarengo, e as nuvens não imigram para outro qualquer lugar.
Não me deixes cansar ainda, não te distraias pelo caminho e empurra-me, acorda-me, faz-me continuar. Para que mais tarde eu consiga olhar para mim e sentir-me bem porque te trouxe, ainda que não viesses completamente. Para que eu tenha a certeza que tentei caminhar a teu lado, ainda que o piso fosse demasiado acidentado, ainda que o teu ritmo fosse muito mais rápido ou lento que o meu e constantemente contrariasse os meus moldes.
Acho que é a maior das viagens que já fiz, e não faço ideia se ela nos vai levar a algum lugar…
Não faço ideia se te vou perder pelo caminho, se vais ficar a apreciar alguma rocha brilhante, ou uma criatura mirabolante…Mas enquanto eu der por a tua falta, eu vou voltar a trás para te encontrar…Vou voltar atrás para te ir buscar…
Porque esta viagem não faz sentido nenhum se não te trouxer comigo.







Acreditas no carinho?Fecha os olhos! Consegues senti-lo quando te dou a minha mão?
Eu gosto mesmo de ti, sabes...?

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Realidades.


Não sei que raio me deu hoje, nem de onde me veio este pensamento.
Não consigo encontrar uma fonte edificada e segura em mim que me apague esta melancolia afectada que me nasceu no peito, que desce lentamente pelo “eu” , que começa a comer e gastar as rochas das minhas ilusões e do meu acreditar.
Podia jurar que caiu a noite, ou que o sol se apagou. Não há brilhos, não há magia, nem nenhuma engrenagem bem conseguida que faça com que todas as peças encaixem num baque suave. A um ritmo perfeito. Numa solução mirabolante.
Há só uma dança. Uma dança frenética e psicótica que me transcende e me põe em transe de pavor.
O meu corpo parece estar adormecido, ou nem o tenho já. Sou só esta nuvem transparente cuja matéria se move sem projectar qualquer som…Ou assim parece. Ou assim penso.
Há só uma dança. Uma dança eterna num baile de máscaras veneziano reflectido em mil espelhos côncavos e convexos.
Lá se vê nada. Lá se vê tudo.
Lá se vê a verdade nítida, quanto mais se a tenta esconder.
Dançamos todos, cada um com a sua máscara predilecta.
Mil cores, plumas, longos vestidos, purpurinas.
Máscaras que no final nunca saem. Ninguém se esforça para realmente as tirar. O medo de não encontrar nada para além delas prende-nos a curiosidade e mata-nos os movimentos recorrentes.
E por isso dançamos, continuamos a dançar. Desvairadamente rodamos, num não saber repleto de conhecimento.
Dançamos todos e só há uma dança.
Uma dança eterna num baile de máscaras veneziano reflectido em mil espelhos côncavos e convexos…

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

(?)



«tu es a minha buneca *.*»

7 de Janeiro de 2010, 21:23 H






"Nunca tão poucas palavras tiveram tanto significado..."

Demasiado Tu. (I)




Tenho esbanjado demasiadas folhas em ti, por isso vou-me garantir que é a última vez que o faço. Colecciono essas folhas como que para me lembrar de cada vez que começo uma nova com o mesmo título: Tu.Todas as palavras me parecem iguais, e em contexto isolado, todas as frases querem dizer o mesmo. Se conseguir até olhar para lá delas, e ver o que eu ponho nas entre linhas, a mesma expressão impregna-se lá como fumo de tabaco na roupa depois de uma noite no pub.
Então, talvez lhe deva dar o mesmo destino que dou á roupa: Máquina de lavar.
Tenho esgotado tanta tinta em recursos expressivos para não te dizer tudo claramente, que agora vejo que podia ter poupado se te tivesse dito logo o que ainda me faz estar aqui. Talvez fiques desiludido, porque pensaste que estava como algo que te queria segurar, ou que poderíamos brincar.
Brincar mais um pouco…Brincar á apanhada com os sentimentos salteados que me rodam em voltas redondas no crânio e fazem um efeito demasiado esbatido, como o começo de uma enxaqueca.
Vai ser a última vez. Eu já preparei a rede, já pus o boné verde seco, já calcei as botas. Está na hora de atravessar a porta do quintal e correr atrás das libélulas de verdade, das abelhas de claridade de pensamentos, até conseguir uma quantidade razoável para construir a minha caixinha de exemplares. Na verdade, quero tudo isso para depois olhar através do vidro dessa mesma caixa e ter uma ideia geral, um cenário semelhante (ainda que pouco) ao teu coração.
Deve ser o melhor que consigo fazer, já que por mais que bata, que empurre, que puxe e me mande contra essa porta que tens á tua frente, ela não se abre. Não se move sequer 5 centímetros. A única coisa que eu tenho a mais que ela é teimosia, já que ela não precisa de nenhuma. É apenas uma porta, um objecto vazio que puseste ali, e em que exageraste no tamanho e no peso (devo chamar-te inteligente, ou medroso?).
Tenho a certeza que te conheces melhor que eu (conheço-te?), afinal estás contigo á 19, quase 20 anos.
E pensando que és diferente de mim em tantas coisas, não há um único pedaço em mim em que não te encontre, ainda que nunca te tenha visto. Na maioria das vezes em que me ponho a pensar nas tuas razões para tal reforço de segurança nesse forte onde te ‘escondes’, a única que me parece óbvia é a que me diz que um dia alguma tempestade te desordenou tudo, aí dentro, nesse espaço que eu quero acreditar que existe, entre as tuas costelas e os pulmões (e se estiver vazio? E se realmente não existir?).
Poças, mas não podias facilitar um bocadinho? Mostrar nem que fosse um bocadinho de ódio?
Tinhas-me poupado tantas páginas que servem apenas de histórias, e que não contribuem para nada a não ser para me fazer enrolar o coração sempre que as leio, repetidamente.
Bem, eu tentei fazer-te perceber que eras sempre a personagem principal, mas tu pareceste nunca entender. Pergunto-me se é minha culpa, da tua professora de português, ou mesmo tua, porque nunca queres ver mais do que palavras “bonitas”. Tenho a certeza que se as visses da minha perspectiva não seriam assim tão bonitas. Tenho a certeza que se aceitasses que são para ti, ainda mais feias te iam parecer.
Hunhun, tu tens razão quando dizes que eu digo tudo com segundos significados. Eu adoro servir-me das alegorias, mas se fosses um pouco mais observador talvez notasses que elas só servem para que alguém as descodifique. Para que alguém as leve expressamente para alguma situação, e tudo se torne mais real. Que alguém descubra o crucial daquelas palavras corridas, daquelas personagens ilusórias.
Eu tenho a certeza que tu percebes, mas que te deu sempre mais jeito fingir que não o fazes.
E talvez seja essa a razão porque gosto tanto de ti. Porque viraste o meu mundo de pernas para o ar. Porque me viraste de pernas para o ar, e abanaste-me e fizeste-me sentir um turbilhão de dúvidas, de ansiedades, porque me fizeste sentir viva, ao mesmo tempo que me parecia estar a morrer.
Por me fazeres sentir tão pouco. Por me chamares “maricas” quando toda a gente me acha forte e corajosa. Por me fazeres algo natural, e encontrares falhas em mim, quando os outros acham que eu tento sempre o melhor. Em suma, por me fazeres má, e normal, como toda a gente. Por contrariares todos os meus moldes.
Desafias-me, e fazes-me dura. E ainda que isso me comece a cansar, devo dizer-te que me prende.
Já que estou numa de confissões, mais vale dizer tudo.
Nunca quis deixar entrar alguém como tu, nesta coisa pequena a que contínuas vezes chamo de “minha vida”, ou “minha história”. Posso ouvir a tua voz neste momento a perguntar “Alguém como eu?”, nesse tom incrédulo, e se fechar os olhos, posso ver a tua face virar-se devagar para mim, com esse quase verde do teu olhar a esbanjar umas quantas perguntas, e a tua boca num esgar. As tuas mãos repousam nos bolsos, até que te apetece espreguiçar, ou num acaso mais feliz, sacar do bolso uns quantos chupas de melancia (aqueles que têm o cheiro que ligo instantaneamente a ti). Eu sorrio disfarçadamente na tentativa de esconder que fiquei sem palavras certas para te explicar o que esse “alguém como tu” quer dizer.
Mas hoje, não há desculpas, já que o digo porque preciso mesmo de o dizer. Alguém como tu, que sabe mais que eu, que muitos ilustram de lobo, enquanto me põem na pele de cordeiro. Alguém como tu que é um extremo oposto do que eu sou. Alguém como tu, que na maioria das vezes parece não sentir nada, não ter quaisquer princípios, a que tantos apontam uns quantos crimes morais, éticos…sentimentais.
“Alguém como ele, que não deve ser para ti. Que não é para ti.”, dizem eles, todos convencidos de que um dia ainda me vão dar na cabeça “Eu bem te avisei!”.
Por vezes, chego a acreditar que um dia vou ouvir essas palavras caírem-me como chuva na cabeça. Mas na maioria das vezes, não consigo tirar o meu coração de perto de ti.
E acabo por ignorar, porque de alguma forma eu sei que tens aí dentro mais do que muita gente imagina.
Pergunto-me até por vezes se não será mais do que eu imagino, por isso te digo…Surpreende-me, porque a monotonia faz-me comichão no sorriso, e ele desfaz-se um pouquinho.
Na verdade, repeti imensas vezes a mim mesma, como quando precisamos de decorar a data da morte de um rei para o teste de história, uma definição para geografia, ou até mesmo um poema para português, o quanto eu não podia gostar de ti, e o quanto era necessário não o fazer…(devo dizer-te que nunca fui boa a decorar datas, definições, ou poemas). Fi-lo, sem me aperceber.
Há quem diga que deve ser assim, e só assim é que é.
Eu digo…nada. Limito-me a olhar para ti ao longe, e a suportar um sorriso carinhoso para que ninguém me
apanhe na cilada.
Já podia ter acabado com todos os vocábulos do dicionário, só a falar para ti. E eles continuam a parecer-me todos iguais…Por isso, esta é a última vez que o faço.
Eu tento buscar em mim todas as “informações” importantes que me ocorrem quando estou distraída, mas elas são traiçoeiras…e agora não vêm. Ficam algures entre as coisas semi-esquecidas. Sei que elas estão lá, só não sei o quê…ou como.
Até agora a minha força tem chegado, a minha capacidade de prender a respiração está a surpreender-me a mim mesma…Ainda que aos poucos vá vacilando, e tropeçando na vontade extrema de soltar o ar, e saborear quais as substâncias que me esperam nessa tua áurea que te rodeia, ou na falta que ela me faz.
Porque quando dou por ti já mudaste novamente de lugar, e eu tenho de te mover para outra categoria dentro de mim. E sabes, custa um pouco empurrar-te de sítio para sítio, uma vez que o sentimento começa a ser pesado demais, fixo demais, específico demais. Como as contas que fazes em matemáticas…Só podem dar aquele resultado…
Chega a certo ponto que eu fecho os olhos, encosto a cabeça num lado qualquer e finjo que estás aqui. E fico assim por horas…Fico assim até que seja possível, até que eu assimile tal coisa como possível.
Nunca quiseste falar de sentimentos, e eu ainda que o quisesse, calei-me.
Talvez tenhamos errado logo. Ou talvez sempre tenhamos estado certos, e as coisas sejam mesmo assim.
Pelo meu lado, não faço a mínima ideia de onde terei cometido algum erro. E se foi erro para mim, ou para ti. E se foi bom para mim, ainda que tenha sido mau.
Eu gosto tanto de ti, que agora nem sei como to dizer. Aliás, eu nunca soube a forma certa de dizermos a alguém “gosto de ti”. E eu digo-to tantas vezes…Não digo mais porque não posso, e porque a tua resposta não me incita a dizer novamente.
«Nunca tão poucas palavras tiveram tanto significado…»
Não previa que chegassem a ter esse significado todo…´
Não previa chegar a um limite de escritos para ti…Porque não previa sequer que me enchesses demasiado…
E agora?



(continua...)

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Vens ou ficas?





"Vens ou Ficas?..."


"Vens ou Ficas?
Eu vou estar á tua espera, por mais que a força não queira,..."



"Como eu gostava de te compreender..."


Decisões tão maturas quanto a dor que trazem.
Decisões tão grandes, para meninas tão pequenas.




sábado, 20 de fevereiro de 2010

O teu coração.




Um dia ainda vou decsobrir quem é que bateu com a porta do teu coração.
Um dia...Um dia ainda hei-de descobrir porque é que o fechaste e deitaste a chave fora...
Um dia...
"We knew that time would kill us,
But you're still so close to me..."

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Chamam a isto sociedade?!



Farta de hi5’s, farta de facebook’s, farta de myspace’s. Farta de abrir o computador e ver meia dúzia de palavras furadas de pessoas que não conheço, que nunca me viram, que não me conhecem. Pior, farta de ver meia dúzia de palavras furadas de pessoas que me conhecem, que me vêm nas ruas, que me viram a cara e ainda me mandam às costas palavras afiadas como facas, depois de me sorrirem.
Estou cansada desta sociedade que se vai separando cada vez mais, onde cada um olha para si como um rei e olha para o outro como se ele fosse um objecto qualquer.
Cansada, estou cansada de meia dúzia de ‘faz-de-contas’ que só servem para manter uma imagem que na verdade nem verdadeira é. De ideais que não passam de clichés extraídos da “net”, de personalidades que vêm às cópias como os bonecos vêm das fábricas.
Estou farta das músicas que passam na MTV, das novelas que dão na TV, dos noticiários que insistem em denotar tudo o que é mau. Farta das Pull&Bear’s, das Lascostes, das Timberlands, das Merrel’s.
Estou farta das promessas dos políticos, das pessoas vazias de princípio próprios que me rodeiam, dos olhares de lado, dos sussurros, dos risinhos, dos narizes grandes demais. Estou pelos cabelos com as mentiras, com as intrigas, com a falta de compreensão.
Estou quase a rebentar de cópias, de falsidades, de sentimentos ‘comprados’ nos chineses. De histórias inventadas, de julgamentos sem fundamento, de opiniões sem razões justificativas.
Estou cansada de ver pessoas no meio, sem sequer saberem porque o estão. Farta de as ver dobrar ao primeiro obstáculo, cair ao primeiro tropeçar, e ficar ali em baixo, enquanto não surgir alguém que as levante quase de arrasto. Onde está a força que todos dizemos ter?
E os actos que tão bem descrevemos em jornais, entrevistas a que chamamos ‘fazer o bem’? Sim, esses que afirmamos prontamente efectuar, como uma prova a nosso favor. Como se tivéssemos a ser atacados. Na verdade, não passa disso.
E por falar em revistas, estou farta das ‘cor-de-rosa’. Daquele mundo onde tudo é feito de néon, de palavras inglesas no lugar das portuguesas, dos caros caterings, onde pagas mais do que comes. Estou farta de ver vestidos perfeitos, no meio de tanta imperfeição, e cansada de ver essa gentinha V.I.P á procura de um fato para levar a esta e àquela festa enquanto gente morre, de fome, de sede, de doenças.
Moralismos? Tantos. Mas porque razão os queremos senão para os deitarmos á toa no meio de uma conversa cheia de voltas e sairmos como muito inteligentes?
Que se dane! Que se dane a opinião dessas imitações de pessoas que não passam de coisas vazias! Que se dane o que eles vão pensar, o que eles vão dizer, porque no final eles acabam como sempre…Não vão fazer nada.
Cheia, cheia de ver crianças com 13 anos parecerem-se mais com chaminés de fábricas que com jovens com um espírito construtivo, a sair até ás 4, 5 da manhã, a beber que nem umas bestas, a cair pelo chão sem sentidos, apenas para se rirem um pouco, para dizerem “Eu emborco mais 5 que tu! Logo sou mais mulher/homem que tu!”
São O QUÊ? Repitam lá, são O QUÊ?
Vocês por acaso sabem sequer o que é ser um homem/mulher? Ter responsabilidade? Ter ideais próprios e ideias fixas? Ter de lutar por aquilo que querem sem ter ninguém que vos ponha logo lá em cima de um salto?
Imaginam por acaso o que custa ‘carregar o mundo nas costas’?
Têm a mais pequena ideia do que podem significar os laços que se formam entre as pessoas que vocês destroem apenas por diversão?
Agora repitam lá, são O QUÊ?
Estou quase a explodir de tanta falta de perdão, tanta falta de união, tanta falta de coragem!
E estou, estou cansada desse agir por impulso, estou farta das revistas para jovens que contam história de amor, piadas secas e como é que os famosos se penteiam, se maquilham, estou farta que a opinião dos outros conte mais, que ela mude o que somos, que todos estendam as suas mãos para deixar cair quem as agarra de seguida!
Estou farta, tão mas tão farta desta sociedade mal construída, desta juventude baça, sem brilho que nada mais sabe fazer que trocadilhos de palavras ordinárias, de insultos, que falar sobre as melhores marcas de laca para o cabelo, ou de como precisam de emagrecer, porque assim ninguém lhes vai olhar para o traseiro ou para a cintura quando chegar o verão, e andarem de um lado para o outro a exibir!!
Estou farta de falarem em mudar, e nunca passe disso. Nunca passe de palavras de conforto e descargo de consciência!


Opá, a sério MANQUEM-SE!


(Sim, hoje tirei o dia para me revoltar.)

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Fala-me.


Eu podia sentar-me aqui por dias, e falar contigo.

Eu podia ficar a teu lado, por meses, apenas para te escutar se as tuas palavras não fossem tão espinhosas...

Talvez assim, pudesse ter a gentileza de ver nascer um brilho qualquer no teu olhar.

Sabes, devias sentar-te aqui e ouvir-me. Sabes, seria bom ouvir-te...

E sabes...Eu gostava tanto que me ouvisses e me visses, mais do que escutas...mais do que me olhas...

Quem sabe um dia, chegassemos ao topo do mundo.

Quem sabe depois de te falar todas as palavras entaladas, todos os ensaios repetidos, todas as tentativas falhadas, nos fosse fácil pôr a mão um no peito do outro. Talvez aí, a percepção dos nossos batimentos cardíacos não fosse apenas uma questão de ciência...

E sabes lá tu o quanto eu gostaria que te sentasses aqui comigo...que me ouvisses, me falasses...



(Importas-te que te peça que gostes de mim?)




ps- Eu juro-te,prometo-te que vou guardar bem o teu coração.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Pequeno Grande.

Já pouco importa. Vou correr para ti e vou abraçar-te como se fosse o último dia. Prender-me.
Só assim saberei que ao menos tu sentiste que eu senti...
De resto, não importa. Já pouco importa. Nem palavras, nem lágrimas, nem vidas. Nem sonhos, filmes ou contos de fadas. Não importa o tempo, os guarda-chuvas coloridos, ou a ausência das estrelas. Não importam as manhãs de Inverno, os olhares atribulados, os segredos contados. Já nada importa.
Mas prende-me, prende-me mais.Prende-me tanto...E prende-me. Dá-me uma boa desculpa para eu dar a mim mesma para ter de ir já...

Desilusão.


Deves ir completamente. Mesmo se te chamar. Ainda que a minha voz fique rouca, te pareça á beira de um colapso pedindo-te para que não vás. Deves ir, e nunca olhar para trás.Deves seguir o teu caminho, e levares tudo o que é teu, tudo o que faça que não me esqueça que um dia estiveste tão mais perto, e que eu não te soube segurar. Que não bastei para te fazer ficar.Que por mais que o quisesses fazer, não bastava o nosso simples querer.Deves fechar os olhos, e fazer do teu coração uma pedra. Deves calar a tua voz...Deves esquecer-te que a minha espera nunca terá fim, e que serás sempre uma parte que me falta, para que não te apeteça voltar quando sentires o teu peito apertar e não conseguires descansar ao anoitecer, porque não consegues sentir o cheiro do meu cabelo. E porque já não podes olhar para mim, e porque já não sentes a minha inocência em ti. Esse carinho tão grande que por vezes não cabia no peito, e nós soltávamos por segundos até que as nossas faces coravam, e ficávamos sem jeito. Era essa a magia, era esse o toque especial...Era isso que nos movia, que nos aproximava e que não nos deixa olhar para a frente sem que nos levemos atrás...Sempre na espera.Mas agora, agora deves ir. Deves ficar longe, onde a tua presença repentina não me faça doer, mais que a tua ausência repetida.E eu devo ficar aqui, nesta esperança descabida, neste entretanto sem fim, neste caminhar mais parado, como se arranjasse desculpas atrás de desculpas para não ir embora, sempre esperando ver-te reaparecer a virar a esquina, a abrir um dos sorrisos que não saíram da minha mente, a abrir o sol num dia de tempestade... E ainda que faça doer, que me envolva nessa ilusão, e ainda que essa ilusão por vezes me falte, e eu saiba que no lugar dela nada vai ficar, eu não me consigo desprender desta vontade quase louca, quase tão fixa como as raízes de uma árvore na terra.Lutei contra mim. Obriguei-me a correr, a fugir daqui, mandei aos pés que eles se apressassem, que se movessem antes que fosse tarde, mas tu sabes que eu sempre fui dessas que não sabem desistir, que gostam da dor de caminhar sobre o vidro, que não conseguem parar...É por isso que deves ir tu. É por isso que deves ser tu a correr na direcção contrária a mim, que deves ser tu a ir embora e a nunca olhar para trás...Nunca me estender uma mão. Então, porque razão continuas tu abraçado a mim?Então, porqur é que ainda aqui estás? Porque voltas para trás?Se não ficas completamente. E completamente não sais.Se isso me dói mais do que te segurar entre memórias e esperanças...E tu deves ir embora. Mesmo que eu chame por ti. Nunca mais deves olhar para trás.
Mas quando quiseres voltar, nem que seja só e apenas para chorar
para barafustar, ou teres alguém a quem magoar...Eu estou aqui...

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Ah!!

“Para aqueles que acreditam, nenhuma prova é necessária, para os que não acreditam, nenhuma prova é possível.”
Stuart Chase
* "-Sabes, eu acho que nunca ninguém lhe mostrou o que é realmente gostar de alguém…
- Vais ser tu! Mas não te podes acobardar…
- Agora nem vale a pena pensar nisso. Não sou capaz de parar, não sou capaz de desistir…É doentio.
- É A-M-O-R!"

Adeus, eu volto com a manhã...







Adeus, eu volto com a manhã.
Eu preciso de ir embora agora, percebes? Enquanto está escuro lá fora e ainda há estrelas...eu preciso de correr atrás delas.
Adeus, mas agora eu tenho de ir.
Tenho de me procurar nos brilhos da noite, tenho de me encontrar antes de nascer o dia, porque me perdi quando te encontrei.
Então não me culpes, e não m vires as costas...A culpa é tua
se a noite dentro das 4 paredes de cimento de incertezas e cansaço, me parece mais pequena e sem magia.
E sabes, quem me dera puder trazer-te comigo agora...Puder mostrar-te quão simples eu sou quando caminho descalça pelos caminhos húmidos e frescos da transição para a madrugada, quando a lua ensonada começa a cair, e o sol se espreguiça timidamente e a guarda nos seus braços.
Gostava que experimentasses sentir uma única vez esta vontade de não ser nada.
Gostava que exprimentasses uma só vez esta calma dolorosa, que não me enche e não me esvazia, me põe o estômago ás voltas e me revolve em ondas de fúria e medo.
Deixa-me ir, eu chegarei pela manhã.
Deixa-me ir, deixa-me ficar comigo, encontrar-me comigo...preciso de falar comigo. Preciso de me sentra num banco qualquer gelado e frio, á beira de um enorme jardim, ou de um mar sereno, e dizer-me como vai a minha vida.
Como me tenho esquecido de ser boa. Como me tenho fugido das mãos, e dos limites.
E se talvez assim, não seja tarde demais. Quem sabe desta forma, eu consiga parar de me perguntar para que me queres aí, senão para teres alguém que te faça sentir melhor do que és...
E talvez assim, eu encontre a força necessária para servir de pilar aos teus sonhos mal construídos, aos teus desejos pouco brilhantes, e te consiga curar dessa falta de fé.
Adeus, eu volto quando amanhecer. Espero que não tenhas frio ao adormecer, e me esperes...
Espero um dia puder levar-te comigo, puder levar-te a ti.
Espero que um dia fazer-te perceber que não te podes deixar fugir...E quem sabe, quando mais uma noite sair para me encontrar...eu te encontre a ti, á tua procura.
Adeus, agora tenho de ir...mas eu prometo...eu volto com a manhã.




(You're half a world away...)

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Finalmente.





Finalmente…Finalmente sinto a dor de te ter guardado.
Finalmente consigo sentir os teus espinhos cravarem-se na minha pele, e sabem tão bem
.Nem sei dizer-te quanto tempo eu esperei para sentir o meu coração a estreitar-se, e a minha cabeça a latejar porque tu vais embora.Agora é completo, é absoluto, é tão sólido que quase o posso tocar.Agora és tu, és mesmo tu que me matas, devagar, devagarinho, sem pressa e saboreando cada ferida que me desenhas nas veias do sentimento.Finalmente…Finalmente dóis-me. Dóis-me essa dor que sempre esperei, essa dor que eu sabia que ia chegar, essa dor que estava a demorar tanto.Então força, mata-me. Então, vem, bate-me nas ilusões com toda a força da verdade bruta, e deixa-me no chão.Então, força…Mata-me.Mata-me porque te amo…e porque nunca ninguém antes te conseguiu amar.Mata-me por te impor que saibas lidar com isto…Agora dói…dói em toda a extensão de dores que a palavra dor pode ter, esse pedaço tão grande de ti que me começa a encher…Mais do que era de esperar






domingo, 14 de fevereiro de 2010

Hold me tight.

Apetece-me um abraço apertado. Daqueles que parecem nunca ter fim.





Quero um abraço apertado, daqueles escassos em que parece que não existe nada a tapar o teu coração. Um abraço daqueles, que me fazem esquecer que á nossa volta tudo é Inverno, e tudo é mundo…
Daqueles, daqueles que me fazem acreditar e respirar-te mais fundo. E guardar-te ainda mais.
Apetece-me um abraço apertado, daqueles que se dão ás 3 horas da manhã, num lugar onde nenhum de nós devia estar. Um abraço daqueles que aparecem de lado nenhum e nos fazem chegar a todo o lado.
Apetece-me o teu abraço inexplicável, surpreendente, aquele que parece dizer-me que me queres por perto quando demais acho que não te faço falta.
Quero aquele, aquele abraço de saudade, porque é saudade o que me faz querer esse abraço, e só esse abraço a pode mandar embora…Seja pelo tempo que for.
Apetece-me aquele puxar do teu casaco, aquela onda do teu cheiro entre a respiração gelada e a confusão doce, e inocente a inundar-me sem pedir permissão.
O teu jeito acanhado, sem saber como agires àquele puxão para dentro de mim, àquela onda de sentimentos que se revela sem eu sequer o querer. A tua máscara a cair devagar, e tu a tentares puxá-la…
Quero esse abraço outra vez, esse abraço onde nos cabe a verdade toda, as palavras resumidas, os silêncios abreviados, as histórias que ainda não se contaram, a distância, e a aproximação. Onde nos cabem os vocábulos sem sentido, os medos escondidos. As dúvidas comidas pelo ácido do carinho puro, a força para te seguir. Onde ambos cabemos sem ninguém que nos afaste os corpos e nos diga que é proibido abraçar-te. Que é perigoso pedir-te que o faças.
Quero mais um abraço desses vindo de ti…Apetece-me mais um abraço desses vindo de ti…
Desses que parecem nunca ter fim…










«Onde estás agora, pequeno homem?»

sábado, 13 de fevereiro de 2010

:x


Apetece-me gritar. Gritar com todos os meus pulmões. Gritar com toda a potência das minhas cordas vocais. Gritar até não ter mais que dizer, que pensar, até me extinguir.
Gritar até deixar de existir. Gritar, até sentir que me dói ficar em silêncio. Gritar, até deixar de saber fazer tudo o resto.
Quero deixar de ser, deixar de existir, quero que doa.
Quero esquecer-me do aperto que me tolda, para acabar de me lembrar que tenho saudades tuas.
Quero, Quero, Quero gritar, esgotar-me, extinguir-me, apagar-me.
(E quero-te a ti, aqui, agora, com a certeza de que estás mesmo.)
***
"Cuz when I close my eyes, and drift away
I think of you and everything's okay...
I'm finally now believing..."

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Formas de amar...?





"...Descobres que só porque alguém não te ama do jeito que tu queres que ame, não significa que esse alguém não te ame com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar esse amor. "




William Shakespeare

Leva-me para casa.







Leva-me para casa, agora. Leva-me, porque eu não consigo estar mais tempo aqui.
Pega-me pela mão, e leva-me. Não te demores mais nessas dúvidas de caminho, apenas anda.
Anda, e eu sei, eu sei que nós vamos chegar a casa.
Anda, e eu estarei mesmo atrás de ti, sempre atrás de ti…
…Mas leva-me para casa. Leva-me de volta, para casa…

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Jogos.


Ambos sabemos que tudo no mundo que nos rodeia é relativo. Sei também que tu o sabes melhor que eu, e que concordas com tal, muito mais que eu.
Para falar verdade, a nossa relatividade já ultrapassa a relatividade própria do relativo, e em cada passo que damos tanto fugimos para perto, como corremos para longe.
Como se jogássemos um jogo de estratégia…Hoje fico, amanhã não. Hoje fico, mas amanhã não.
Lanço sentimentos por mesa, e ponho-os á venda numa rua qualquer, como se faz no monopólio. Tento completar o queijinho como no Trivial, mas faltam-me sempre as fatias que não me dás…
Jogos de mesa nunca fizeram o meu estilo. E eu sou dotada de grande azar.
E se deitássemos o tabuleiro pelo chão, apenas desta vez…e se fizéssemos os dados rolar, as cartas voar, e esquecêssemos por momentos, apenas por agora, esta capa que nos continua a atordoar? Que continua a tirar importância ao que realmente ME importa.
Paramos de jogar? Podes sentir-me só desta vez?
E tu levantaste e vais novamente buscar a tua bengala de relatividade, e debaixo do outro braço, bem agarrado, trazes o Cluedo…E á atrás, numa pilha…Damas, Cartas, dominó, Partyco, Xadrez…
A minha cabeça começa a falhar...


Relatividade, Mundo, Tu.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Dias.


Há dias na vida em que sentes necessidade de parar.
Há horas em que te sentas frente a frente contigo mesmo e não podes deixar de te enfrentar. De alguma forma precisas de voltar a respirar, não suportas mais o ar entalado entre os pulmões.
Descalças as botas, porque elas pesam e adormecem os teus pés, mas deixa-las perto enquanto ponderas entre comprar umas novas, ou voltar a calçar as velhas, sujas de pó, com marcas de já terem percorrido milhares de quilómetros sem terem chegado a parte nenhuma.
Tiras a mochila das costas, deitas fora sentenças que a enchem, segredos que ocupam espaço, luzes que quando ainda tinham pilhas, brilhavam tão intensamente que bastavam para achares que eram verdadeiras, desmanchas ilusões, e no fim sobra-te um tecido cosido e vazio.
Sentas-te num lugar qualquer, baixas a cabeça e sentes a fraqueza correr-te nas veias com mais fluxo que o próprio sangue, e pela primeira vez nesta jornada sem destino tentas encontrar a resposta para a pergunta que tens carregado atrás de ti, e que sabes que está lá, e que te serve de sombra.
Praguejas contra essa mania estúpida de não desistir, de não parar para pensar que mata, esfaqueia, e volta a matar. Que te dói na pele como escaldão, como agulhas a perfurar, e da qual não te consegues livrar…
Resmungas, silencias, viras-te para todo o lado. Choras. Tudo te farta, tudo te enche, tudo te esgota…
Acabas por adormecer…
Quando acordas, não passou de uma tempestade. Voltas a calçar as botas, metes a mochila ás costas…muito mais leve, muito mais pronta…E sabes, tu sabes, que te vais cansar mais uma vez, quando a mochila estiver novamente cheia. Quando os teus olhos estiverem cansados…

Vais sempre precisar de algum tempo para parar...Uma bússola sem pontos cardeais...

domingo, 7 de fevereiro de 2010

3:42 minutos para pensar.




' A gente espera do mundo e o mundo espera de nós...um pouco mais de paciência.'
A vida não pára.

'Amar o que é difícil de ser amado.'

É fácil falar-te. O difícil mesmo, é fazer com que essas palavras te falem, num tom mais parecido á tua voz que á minha.
O difícil é que essas palavras te digam tudo o que eu quero que elas te digam, e que eu sei que elas te dizem. Mas quando falam, elas continuam a falar para uma parede de metal que lhas devolve de imediato.
Agora assusto-me com as várias tentativas que tenho feito, para que as palavras consigam derreter essa parede fria, austera que faz com que eu ache que sejas mais impossível.
Repeti tantas vezes o mesmo gesto, disse tanta coisa de maneira diferente, tentei mostrar-te de tantas formas já, que todas as opções começam a escassear e eu continuo sem passar esse obstáculo. Ou talvez o já tenha passado, e tu o saibas…Mas de que me serve, se eu não o sei?
É por isso que hoje, enquanto olhava nem sei para o quê, me apercebi que não sei de que cor é o teu céu. Ou se tu tens algum céu para onde levantar o olhar sempre que te cansas de olhar para a frente ou para os lados. Mas depois lembro-me que por vezes ainda olhas para trás, e as minhas dúvidas aumentam. Pus-me a imaginar de que tons verás os problemas, ou se eles existem…E se precisas de esperança, ou tanto te faz.
Se alguma vez nessa tua vida, um pouco maior que a minha, já choraste metade do que eu chorei. Ou se já choraste mais…Ou se não choras. Há momentos em que me pareces mais seco que as crises alentejanas no verão (e isto não tem qualquer piada), e me dá a sensação que és um pedaço de qualquer substância sem brilho, que mais que tudo aceita. Aceita tudo…
Um pouco mais além, nos meus pensamentos desenfreados acerca de ti, vejo-te ainda de pior maneira que vejo a matemática. Nela vejo nós, e segredos que me cansam a cabeça de tentar desenlear. Contigo apenas sou capaz de ver uma porta, que de maneira nenhuma me deixa entrar, e me cansa o coração por achar que nunca vou ser capaz de a atravessar…sem falar no nevoeiro que todos os dias me esforço por ignorar.
Pergunto-me se não te cansas de andar nesse caminho que em nada se parece com o meu. Pergunto-me se não precisas de te sentir amado de forma mais funda que um lote de beijos, com oferta de algo mais além…Se não precisas que alguém te dê uma verdade mais certa, que não te faça tremer tanto…



Mas esqueci-me…Tu não tremes…Tu não tens medo, e tu percebes (quase) tudo. Percebes tudo, menos o que quero que percebas e eu não te posso culpar. Não te posso apontar um dedo por não imaginares o que é ser preso por um carinho difícil de ignorar, que te bate no peito tanto quanto o coração. Por não saberes o que é o amor puro, cru…aquele que te faz a pessoa mais feliz do mundo num segundo, e no seguinte te dói como álcool numa ferida, por não te passar pela cabeça o quanto um abraço pode significar. Mais que muito, meu pequeno-grande, mais que tudo.
Dou por mim quieta, demasiado enrolada em ti. Demasiado dentro, para ainda ir a tempo de sair de rompante e dizer um “desculpa” apenas. Agora, ir embora fazer-me-ia sofrer mais a do que a ti.
E depois mais um vómito de perguntas…Será que sentes realmente a minha presença ao ponto de sentires ausência se fosse embora? Será que eu movo alguma coisa em ti?
Ao menos, vês-me como sou? Vês-me a mesma rapariga stressada, tresloucada, com a cabeça em mil lugares ao mesmo tempo, mas com um coração determinado e cheio que os outros? Com um feitio difícil de perceber, com um olhar demasiado fácil de se adivinhar. Vês mesmo, consegues mesmo ver quantas cores me correm nas veias, quantos sentimentos me alimentam a alma, quantas vontades, quantos sonhos me levam ainda a estar aqui?
Será que vês, como todos os que me amam vêem, o quanto bem eu te quero? O quanto eu acredito em ti, quando todos eles já desistiram?
Aqui, neste lugar que me pertence, tudo é diferente de ti, então tu destoas…Não és a pessoa que quis um dia manter perto de mim, não fazes de todo o molde do que esperei.
Mas eu não te consigo pôr fora de mim, porque se o fizesse sentir-me-ia meio que vazia. Afinal fazes-me falta.
Fizeste e fazes tudo o que eu não faria… E podes saber tanto mais acerca da vida que eu. Sabes tanto mais da vida que eu. Já sabes jogar, já sabes fingir, já sabes mostrar o que queres.
E eu, nem sei se é de mim, ou se é de precisar de cair mais umas quantas vezes, vou-me sempre regendo pelos sentimentos, e pela verdade…Pelas palavras, mostrando as quinhentas sensações que me atacam, ainda que as olhem como uma ‘mariquice’…
Tu estás num extremo, e eu estou no outro. Não me perguntes como é que nos encontrámos, e mais ainda, não me perguntes porque te guardei em mim com tal veemência.

O que importa agora, é que não podes sair, e que eu travo lutas constantes com a tua placa de metal que não me deixa ficar ainda mais perto. Já não bato apenas na espera que ela abra. Agora vou de encontro a ela, mando-me com toda a força do meu corpo e alma, desejando do fundo vê-la ceder. Ver-te ceder…
É fácil falar-te. O difícil é fazer com que sintas as palavras…e eu consiga saber que as sentiste.
Consiga ver na tua face uma expressão qualquer mais afectada, mais emocionada. E eu nunca consigo…
Será que vês o quanto eu acredito em ti? Será que vês quantas vezes não fugi já das amarras de protecção que todos me põem á volta, sempre mordendo o lábio de ansiedade a cada passo que dou em direcção a ti, na espera que eu caia? Que me empurres e me faças cair.
É algo que eu não te consigo dizer. Que nunca te vou conseguir explicar claramente. Da maneira mais adequada, que não deixe dúvidas, e contras pelo caminho…
É fácil, muito fácil falar-te…o difícil é explicar-te o quão difícil é gostar de ti, e quão facilmente, ainda que de forma difícil, o faço.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Entre Aspas.




Começo a enjoar destas voltas redondas.
Deste não saber nada.
Preciso de dormir. Ou preciso de ficar tempo suficiente acordada para conseguir rever-me no espelho como mais que uma imagem.
Preciso que tudo isto pare. Ou preciso de estar mais tempo exposta a este caos. Preciso de ser este caos deserto o tempo necessário para que saiba lidar com o não saber de nada até que o aprenda.






'What do you feel when you look in the mirror? Are you proud?'

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Ela

Tinha as faces rosadas e o coração debruçado para o mundo. Na ponta do seu nariz uma curiosidade aguda, e na roda da sua saia canções trauteadas em voz fina e doce.
As palavras que usava eram das mais simples, mas ainda assim, tinham um brilho qualquer, e as lágrimas que lhe rolavam pelos olhos sem razão, naquela altura ainda brilhavam.
As mãos desenhavam círculos no ar, e as gargalhadas eram contínuas e disparatadas…mas pelo menos eram gargalhadas completas. Com som de gargalhada, com trejeito de gargalhada, com sentimento de gargalhada.
Atrelado a si trazia amores que desconhecia, e com que nunca antes se encontrou até se desencontrar da inocência que lhe rolava pelas mãos, em ventanias desenfreadas…
Tinha as faces rosadas e o coração debruçado para o mundo. No bolso de trás guardava a alegria, e nas cores do seu olhar uma vontade de viver que nem ela via.
Gostava do brilho da lua, e do calor morno do sol. Gostava de viajar e ver as casas, as árvores, a ficarem para trás, sem conseguir ao mesmo tempo guardar a ansiedade de chegar.
Mas do que melhor me lembro era que ela tinha as faces rosadas e o coração debruçado para o mundo.
O que eu fiz por guardar de si o tempo roubou-me.
E eu não me lembro de quando a conheci…Mas sei que ela já fez parte de mim.
Um dia quando acordou, as faces estavam brancas e frias. E o coração tinha-se fechado para que o que guardava lá dentro não se partisse…Ainda assim, tremeu de tal forma que todas essas coisas que ela tinha tão bem arrumadinhas nas prateleiras certas, nas caixinhas correctas, nas vitrinas bem limpas e brilhantes, caíram e se partiram.
Um dia, quando abriu os olhos, as suas mãos estavam vazias. E as suas gargalhadas tinham fugido. E as suas lágrimas pareciam doer-lhe como água a ferver.
Todos os amores que desconhecia, apareceram-lhe como por magia, e puxaram-na, e empurraram-na, e eu sei que ela se perdeu algures…
Nunca mais a vi depois desse dia…Nunca mais a senti depois desse dia.
E eu sei que ela já fez parte de mim.