sábado, 30 de maio de 2009

Chuva de Verão.

Estou aqui. Nem sei quando começou a chover. Nem sei até quando estiveste aí.
Fechei os olhos e caí num semi sono profundo.
Sonhei com mil e um mundos, mil e uma pessoas.
Acabei por acordar e deixei-me atrasar.
Sim, tenho novamente sono, uma nova vontade de dormir e não mais acordar. Acho que nunca me senti tão longe do mundo, tão longe de mim.
Será que ao me querer encontrar, mais me perdi?
O ar está pesado, como eu estou. Respiro fundo em busca de uma corrente fria, por mais minúscula que ela seja. Na verdade ela não chega.
Se fechar os olhos, talvez possa sentir novamente o que fui. Se abrir as minhas portas, quem sabe não volte a corrente de ar fresco que senti.
O tempo anda baralhado e a vida emparelhada nele. Tiro os pés de fora da janela, para sentir a brisa correr, mas isso já não me causa felicidade.
Deverei dizer que estou apenas cansada...Que preciso de mim, do meu tempo, e não o encontro.
Aquele tempo que eu tinha para consceencializar e estar comigo, o tempo que eu tirava para me perceber. Esse tempo foi-me roubado pelo tempo.
A cada momento tenho mais a sensação que vou custar a encontrar-me de novo, que as próximas semanas não terão calma, ou tranquilidade. Talvez sinta a cabeça pesada outra vez. Talvez sinta o coração...Talvez.
Nesta chuva de Verão, com os trovões sobre mim, eu depreendo apenas uma ideia...
O problema dos seres humanos, é eles saberem arrumar tudo o que os rodeia todos os dias, pentear o cabelo todos os dias...Mas nunca tiram tempo para arrumar o coração.

Metamorfose.


Não há palavras que traduzam o que o coração sente quando está em metamorfose.

Metamorfose essa que num momento tem todas as estações do ano.

Sei que hoje me sentei na Primavera, ou quem sabe no Outono. Calma, serena. Como se este segundo durasse para sempre.

Não chove, não faz sol, mas é como se ouvisse a chuva e senti-se a luz dourada acariciar-me as pernas e os pés...

Sabe bem adormecer assim, desde há tanto tempo. Sabe bem saber que esta metamorfose não durará muito mais.

Lembro que quando começa, deixa-nos como animais dentro de uma jaula. Respondemos ofensivamente a todas as ajudas, e de seguida corremos a pedi-las.

Achamos que não está ninguém para nós, mas temos o mundo aos nossos pés...pedindo-nos para abrir os olhos, para ver, para ter a certeza.

Mas não há certezas nas metamorfoses.

Sei que enquanto ela me atacou, eu sempre caminhei no Inverno. Achei que ele não ia passar, que afinal a minha metamorfose tinha falhado, ficado a meio. Afinal, só tinha demorado mais.

Culpei toda a gente. Culpei-me a mim inclusive. A mim, mais que aos outros. Sabia que tinha mais culpa, por não ter agido mais cedo. Mas também me perebia melhor que o que faziam aqueles que me viam de fora...Que observavam os meus olhos brilhantes...Porque raras foram as vezes que estiveram vazios durante esta metamorfose.

Apenas o estiveram quando olhei para o caminho e pensei: "Boa! Tens mesmo de avançar.", porque atrás tinha uma parede enorme, feita de pedra e que me tapava o sol.

Eu quis esperar, pois quis. Foi tão mal pensado...foi tão mal concepcionado. Como poderia esperar que algo voltasse se o caminho de regresso, para trás estava bloqueado?

As metamorfoses são como qualque outro sentimento que possas conhecer. A diferença é que ela tem todos os sentimentos. É como o lugar onde desagua o rio e vai ter ao mar...Uma mistura de doce e salgado. É o ponto em que depois de tanta dor, deixas de a sentir. Habituas-te a ela.

Estive em todos esses locais. Demorei-me neles como se lá quisesse ficar para sempre, e eu sei que todos achavam que isso ia acontecer. Porque não o haveria eu de achar??

Agora no fim, eu aprendi que tudo isso é normal. Que tudo isso é preciso para ter certezas.

Está tudo ligado. A dor, para chegar ao verdadeiro amor, a incerteza, para chegar ás certezas, a morte para perceber realmente o que era a vida.

Talvez nunca tenha pensado assim enquanto sabia estar a mudar, e a cada dia ia de encontro ás paredes como barata tonta. Talvez nem sequer tenha pensado nada correcto, pois a minha cabeça parecia um novelo de lã, depois de um gato ter brincado com ele. Não conseguia encontrar a ponta, nem do início, nem do final. Guiava-me por especulações.

Mas neste momento, nesta calma quase impossível, eu sou a mais sábia de todas as borboletas.

Abri as minhas asas, e olhei-me no espelho. Olhei as cores novas delas, como brilhavam ao sol, como as gotas do orvalho tão bem as decoravam, e achei tudo perfeito.

Até a brisa parecia embalar os sonhos.

Quebrei a promessa de não ter ninguém no meu coração. Não é possível ter o coração desocupado. Ele enche-se por si próprio, mesmo que lhe digas: "Pára quieto, não quero, não quero, não quero.". Ele enche-se por si próprio.

Mas agora, agora que já sou borboleta, que as minhas asas já brilham e o meu tempo não é limitado eu sei que saberei sentir o que devo sentir e atenuar aquilo que me fizer sofrer.

As metamorfoses, são como as estações do ano...O Verão é sempre a que parece durar mais quando chega.



quarta-feira, 27 de maio de 2009

Esses dias...


Existem dias

Em que ao acordar, eu peço

Para voltar,

A adormecer.


Esses dias em que a cabeça rola pelo chão

Em que a tampa da caixa se fecha

E enclausurava a recordação.


Em que as palavras se dividem

por assuntos, questões.

E ás escondidas brincam com as soluções.


Esses dias em que a luz fica demasiado preguiçosa

Em que a direcção a seguir

Se mostra receosa

e apenas me apetece gritar.


Existem dias,

Em que o oceano parece esvaziar,

Deixa todo o sal em seu lugar...

Numa forma amarga encontrar

Que apareces em mim.


Dias tais que não quero ver ninguém,

Não quero ouvir ou falar de ninguém.

Mas sei precisar de alguém ao meu lado.

Dias em que todos falam,

que aquilo que quero é demasiado arriscado,

Demasiado louco ou sonhado.


Que temos nós para segurar

Senão apenas um sonho onde em segredo

Nos podemos tocar?

Fiquemos ali, no cantinho daquele luar.

Onde a tua mão entrelaça na minha

e no teu ombro posso encostar.


São loucuras, ansiedades.

Fechadas a sete chaves,

suspirando uma saudade

Que nem fizemos verdade.


Nada se cruzou assim

Nesta minha maré de acontecimentos.

Absorvo as tuas palavras, todas inscritas num sim.

Mas existem outros elementos

Rudemente me secam os sentimentos.


Não eu não posso lutar

Contra o primeiro amor

Contra o verdadeiro amor

Aquele que arrepia o pescoço

e faz o corpo vibrar.



Do teu lado a razão

Quando falas, que faz doer.

Mas é assim só quando chega a percepção

Que não me pertences, que não vais pertencer

e eu impotente, Nada posso fazer.


Então quando acho mais simples ir

(Aquilo a que chamas desistir.)

Tu pedes-me para ficar.

Eu fraquejo, volto atrás, acabo a sorrir

Para não te magoar.


Caio na realidade, onde está a certeza?

(Aquela que me mostra que gostas de mim)

Que me queres como te quero a ti.

E sei que a cada toque dela

O meu coração foge daqui.

Eu prometo que vou parar

Que não vou voltar a interferir...

(Mas custa tanto desistir...)


E sou eu que não posso lutar

contra amor verdadeiro,

Esse amor primeiro...

E é nesses dias que não estás...

...Em que ao acordar...

...Peço para voltar a adormecer.


segunda-feira, 25 de maio de 2009

Patrícia Alexandra Sereto Murteira. «3

Footprints in the sand - Leona Lewis

"You walked with me
Footprints in the sand
And helped me understand
Where I'm going
You walked with me
When I was all alone
With so much I know along the way
Then I heard you say

[Chorus]I promise you
I'm always there
When your heart is filled with sorrow and despair
I'll carry you
When you need a friend
You'll find my footprints in the sand

[Verse 2]I see my life
Flash across the sky
So many times have
I Been so afraid ooh
And just when I
Have thought I've lost my way
You give me strength to carry on
That's when I heard you say[

Chorus]I promise you
I'm always there
When your heart is filled with sorrow and despair
I'll carry you
When you need a friend
You'll find my footprints in the sand

[Bridge]When I'm weary
Well, I know you'll be there
And I can feel youWhen you say
[Chorus]I promise youI'm always there
When your heart is filled with sadness and despair
I'll carry youWhen you need a friend
You'll find my footprints in the sand
I promise youI'm always there
When your heart is full of sadness and despair
I'll carry youWhen you need a friend
You'll find my footprints in the sand"


Chora no meu ombro,
Eu estarei aqui
Quando o teu mundo for um assombro
E sentires o fim.

Dá-me a mão
Eu vou-te mostrar
Que existe sempre algo
No coração
Pelo qual vale a pena lutar.

Não tenhas medo
Não páres se a vida te bloquear
Sentirás a minha alma na tua
Sempre a te ajudar.

Conheces-me como ninguém
E é tão bom quando sei que te tenho por perto
Não há nada que me faça feliz
Como saber que tenho um porto-seguro certo.

Quando abrires os olhos
E te custar seguir...
Quando a luz do sol fechar
E não tiveres para onde ir...
Eu correrei para te ir buscar...
Eu farei de tudo para te abrigar...

Deu vontade daquele abraçar...
Aquele abraçar de imensas formas...
Todas essas que nós conseguimos ilustrar
Com um leve rir, um eterno brincar...
Uma luz
que eu sei
que nunca vai apagar...

Por mais voltas que o mundo dê
Mais partidas nos pregar...
És uma das coisas mais importantes
E não te atrevas a duvidar!

Patrícia, sempre fui boa a falar
A dizer o que sinto
A chorar...
Sempre me impediste de fraquejar
Sempre me deste aquele calorzinho
Quando achei que ia gelar...
Sempre me guiaste
quando não sabia por onde andar...
Apenas quero que saibas
que aqui ou do outro lado do mundo
É impossivel que termine a nossa amizade
É uma coisa que não tem explicação.
Terás sempre a minha verdade
E o meu coração!!!


« É isso que leste, que já sabes que eu nunca me vou cansar de te dizer...Que és importante, és a mais importante, ninguém te consegue vencer.
Por isso e por tudo o que nos aconteceu, o que nos acontece, e o que NOS VAI ACONTECER, eu dedico-te a música acima, esperando que gostes! Esta vai passar a ser a NOSSA música =D


Amo-te mesmo minha macaquinha «3

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Então apenas...desiste.


Calçada rude.

Cidade fria...

Aqui, onde nada dura, mais que o dia.

Mas pela noite a lua sobe

Escalando o céu

e para os sonhadores incuráveis

nesta hora, tudo se pode.

Te cruzas num pensamento benigno

Inundado de tristeza

com esse amor cruel e não digno

de toda a certeza.

O relógio não bate pela madrugada

e isso te deixa descansada...

Mas não sabes tu que o sol rouba a lua

e incendeia o olhar?

Tu sabes que o teu sonho vai acabar.

Aqui, onde a realidade é rainha,

Onde os abraços se dão como anfetaminas.

É urgente, mas sabes que não passa de uma noite

que ficará na imensidão de brumas

até decidir voltar, ou desintegrar,

Pois então, insiste em te deitar.

Crúeis são os fenomenos naturais

Quando não são nossos os assuntos banais

os procedimentos normais.

Mas e agora? Nada há a fazer.

Não paraste e deixaste-te vencer.

Nada apaga esse amor de entardecer

Saído de qualquer imaginação...

Por isso, apenas estende tua mão

e pede a Dele novamente,

Ou esquece o presente

ilusório, que nunca o tocaste

e apenas desiste no vagamente inconsciente.



quinta-feira, 21 de maio de 2009

Dialectos da Transparência



A caixa é tão pequena. É tão fechada...mas tu gostas dela.

Habituaste-te a esta sombra em demasia, a este sol apagado e não queres saber do que se passa no outro lugar. Dizes que é paralelo ao teu, como se de outro mundo se tratasse...como se precisasses de um portal, sabes, daqueles dos desenhos animados, com uma luz reluzente azul ou rosa, em forma oval, que depois de um turbilhão, te deixam cair em qualquer lugar que não conheces. Aqui, precisas apenas de querer. De querer mover o teu braço e empurrar a porta de papelão que inventaste para ti...em mil sonhos.
E tu até conheces o outro lugar...conheces parte dele, porque todos nós somos assim...conhecemos a metade boa, e adoramos...ficamos. Conhecemos apenas a parte má e renegamos...fugimos. Não podemos saber de tudo mesmo que a nossa vida seja eterna...
Há sempre algo novo a surgir, algo que nos faz mais velhos, mais ultrapassados...mais lentos.
És pequena num tamanho demasiado grande. Na verdade, sei que tu sabes que as princesas não existem mais...Mas continuas a querer fazer da tua pequena caixinha um castelo.
Não quero estar aqui quando as primeiras chuvadas do Inverno chegarem...Mas sei que me vais chamar...
Vais chamar-me com aquela vozinha com que sempre me chamas quando achas que deves voltar atrás para refazer o que fizeste, ou quando achas que o céu está a demorar demasiado tempo a clarear. Também tive essas dúvidas em dias passados que não gosto de lembrar...Aí tu eras a grande, e sabias sempre tudo. Hoje, eu sei que não te vês como já fostes. Sei que não te queres ver novamente numa casa normal, com quatro paredes, um telhado e uma porta feita de metal...e assim é mais simples...Mas até quando? Até quando terás tu essa imaginação que não te larga e não te aconselha? Que não te acalma e nem te devaneia?
É...sempre tiveste o poder de imaginar, e dos sonhos, fazer realidade...
Mas talvez esta realidade, seja apenas mais uma das tuas formas de sonho.
Eu não te vejo. Já te procurei em todas as caixinhas de papelão...As quadradas, as rectangulares, as cilindricas...Oh sim...esquecia-me...Não procurei nas que têm forma de Castelos. Também procurei nos primeiros raios da manhã, e nos últimos do luar. Em cada espelho. Em cada sorriso e cada olhar...Vi até debaixo das flores e por entre as nuvens...
Tu não me queres encontrar...
Eu procuro por ti, e também tu procuras por ti.
De uma forma ou de outra...Talvez te encontremos um dia. Talvez te achemos caída entre as gotas da chuva, ou entre a transparência do ar...
Agora, basta pensar que nesse castelo que construíste, estás feliz.

Chega acreditar que a ilusão te chega.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Nothing else matters


Eu prometo que estou sempre lá...Mas não cales.

Eu prometo que vou tentar não estar...Mas diz-me quando me quiseres fora.

Não adivinho, Não sei.

Dói, e donde vem??

Ho e ás vezes acho que não te conheço, e ás vezes acho que devo virar costas e esquecer que algures em mim, tu existes...

Ás vezes é tão dfícil de ignorar...que eu acho que nem notas.

Nem sei o que dizer para não ficar calada...

Mas estamos tão perto noutros momentos que eu acho possível.

Incerteza é o que me toca, me entra como o frio pela camisola acima e me arrepia, me arrefece o peito...Sinto os olhos picarem, e uma ou outra lágrima cai.

E na verdade, sei lá o que se passa comigo, eu nunca fui assim.

Calo as perguntas...

Calo o medo...

....E acredito em ti.

Certo ou errado??

OH EU SEI LÁ!


Para ti, essa música que não conheces e por a qual tenho grande estima...Nothing else Matters (Nada mais importa) Dos Metallica.


[Não a tomes como tua, ou minha, ou nossa. Prefiro que saibas que ela já me pertenceu, mas agora trata-se apenas de palavras de esperança ou algo do género. Lê bem a letra. Vê se te enquadras nela, pois nunca conheci ninguém que não encontra-se um pouco de si na música.]


Nothing Else Matters (Tradução)
Metallica
Composição: Metallica


Nada Mais Importa


Tão perto, não importa o quanto distante

Não poderia ser muito mais perto do coração

Eternamente confiando no que nós somos

E nada mais importa


Nunca me abri deste jeito,

A vida é nossa, nós vivemos da nossa maneira

Todas estas palavras eu não digo simplesmente [por dizer]

E nada mais importa


A confiança eu procuro e encontro em você

A cada dia, para nós algo novo

Uma mente aberta para uma concepção diferente,

E nada mais importa


Nunca me importei com o que eles faziam,

Nunca me importei com o que eles sabiam,

Mas eu sei


Tão perto, não importa o quanto distante

Não poderia ser muito mais perto do coração

Eternamente confiando no que nós somos

E nada mais importa


Nunca me importei com o que eles faziam,

Nunca me importei com o que eles sabiam,

Mas eu sei


Nunca me abri desta maneira,

A vida é nossa, nós vivemos da nossa maneira

Todas estas palavras eu não digo simplesmente [por dizer]

E nada mais importaA confiança eu procuro e encontro em você

Algo novo para nós a cada dia

Uma mente aberta para uma concepção diferente,

E nada mais importa


Nunca me importei com o que eles diziam,

Nunca me importei com os jogos que eles jogavam,

Nunca me importei com o que eles faziam,

Nunca me importei com o que eles sabiam,

E eu sei






sexta-feira, 15 de maio de 2009

Passos...

" Custou a entender. Cada palavra cansa-me hoje por saber que elas não são ouvidas como são ditas, e muitas das vezes nem são sentidas. Cansei-me delas por tanto as ouvir repetidas e repetidas, por elas gritarem dentro da minha cabeça. E tu continuares noutro lugar qualquer fora de mim.
Um "Adeus", nós dizemos todos os dias...mas nunca esperamos que seja o "Adeus". No entanto, ele pode sê-lo qualquer dia, quando menos esperamos, pode apanhar-nos pelo braço e arrastar-nos á beira do precípicio...pôr a desilusão encostada ás nossas costas e dizer: Escolhe.
Escolher o quê?...Isso nem eu ainda percebi. Na desilusão nem há muito para perceber...Na desilusão há apenas muito a aprender, e muito com que sofrer.
Então, as palavras são erradas, as mais erradas e não falam como nós as falamos.
Aprendi a adorar o meu silêncio...talvez até o teu...
Mas certo mesmo, e algo que não posso controlas é que a cada silêncio teu, eu dê um passo ou dois atrás e e entregue á desilusão."


" Wise Up."

terça-feira, 12 de maio de 2009

Segredos á minha volta.

Calam-se palavras
Em gargantas de outrém...
Muitas vezes intercaladas
Com sentimentos do além...


Vidas que se cruzam
Em silêncios presos
Nas fachadas dos medos
Nos murmúrios que usam...

Á minha volta, sinto esse murmurar
Baixinho, lento
Com um soslaio olhar...
E quantos movimentos de lábios
Que ninguém consegue decifrar...

Segredos são bons quando somos crianças
Jogamos á bola, não temos lembranças...
Quando não sofremos por amor ou saudade
Segredos são bons quando não têm maldade.

Soube bem segredar,
Enquanto esse segredo não vos atingiu.
Enquanto eu soube que nada vo feriu.
Mas que segredo é esse agora, que ninguém pode contar?

Segredos nascem entre nós
desatam os nossos nós...
Abrem um buraco no meio da nossa amizade
Transformam em saudade
A alegria...

Sinto segredos á minha volta.
Derrotado-me,
E eu nem sinto revolta...
Sinto a tristeza de perder a proximidade
Entre um coração...e sua mão.
Onde foi ter a nossa realidade??

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Começo a precisar de ti...



Quando acordo, nem sei, estás em mim.

Se adormeço, não posso explicar, estou em ti.

E se é difícil de acreditar

Muito mais o é esperar.


Eu sei que digo que estou bem

Na verdade talvez esteja...

Mas por vezes aquela saudade vem

Aquela distância ameaça

E vai-se a certeza.


Oiço todas as múscicas vezes seguidas

Aproveito cada palavras delas,

Melhores são as tuas palavras consentidas´

Pelas minhas esperanças acomodadas.


Nada perguntam.

E eu de nada posso saber.

Ignoro cada vez que acho que nos perdemos

E continuo lá para te ouvir

Para te compreender.


Não é duro, nem sequer complicado.

És simples para mim

Mas ainda tens tanto guardado

Que o tempo se esgota mesmo antes do fim.


Promessas são cruéis, prometem-te, no futuro.

Mas entre ele e o presente

Existe aquele muro...

Separa-me do que cativa realmente

E eu canso-me do mundo.


Penso tanta coisa errada.

Ou estou certa demais...

Sem partida, nem chegada

Continuo na ânsia dos nossos dias especiais...


Sei que esperas do meu lado

Ou o tempo mantêm-te afastado...

ambos sabemos que não há mais que o sentimento

Algo puro (?) sem fundamento.


Então a cada hora que passa

Quando num movimento me lembro de ti...

Quando me pergunto se estás a pensar em mim

É aí que me apercebo que começo a precisar.


Das tuas palavras

Da tua escassa voz

E do bem que desenrolas em mim...


Se tiver de ser, que seja assim.

Fica só sabendo que não sei se vais gostar

de saber o que me fizeste sentir...

Agora eu preciso de ti.




domingo, 10 de maio de 2009

É ela...


Encontro-me na escuridão do meu quarto. Nem presico de luz. Eu não quero a luz.

Conheço-o como a palm da minha mão, como cada pedaço do meu coração. Sei onde tudo se encontra, tudo o que senti dentro dele...todas as lágrimas, todas as felicidades, todos os pulos de euforia que quase me partiram o estrado da cama fofinha, cada ladrilho do chão onde despejei muitas vezes o meus joelhos cansados, onde deitei muitas vezes o meu corpo quente de dor, onde me encontrei quando me perdi. Sei de cor cada pincelada das paredes, num tom vermelho sangue coalhado...Sei cada pensamento, cada segredo que elas ouviram. E guardaram.
Gosto desta escuridão, da escuridão do meu quarto, da escuridão do meu mundo...Nela eu sei por onde seguir, mesmo que a luz nunca se acenda.
Olho pela janela ainda aberta, quase nas badaladas da meia noite. Lá de fora vem uma luz dourada, que enaltece as sombras das árvores e das videiras, e pontinhos pequeninos dançantes no meio do negro da noite. Ao olhar lá para fora sino-me meio que sem explicação...um conjunto bem formado de sentimentos e sensações que não posso adjectivar...e acreditem que adjectivar é um dos meus dons.
Sinto o quarto meio cheio hoje. Vagueiam pedacinhos teus como pó pelo ar, roçando nos cortinados, acentando nos móveis. Como se me mantivesses segura do momento. Presa no instante.
São saudades. Coisas ilusórias, imagens frenéticas, pensamento apenas em ti, em tudo o que te rodeia.
E o teu mundo sabe-me a amargo quando os fragmentos da tua memória vagueiam entre as paredes do meu quarto. Aperta-me o coração, acelera-me a pulsação, mas deixa-me o peito demasiado pequeno para respirar o que preciso...devagar.
Mas quando o que preenche as paredes avermelhadas do meu mundo é a tua imagem, a tua gargalhada contínua, o teu sorriso brilhante, a tua forma de falar diferente e fofinha, eu sinto o teu mundo como um doce. O meu mundo. Não me arriscarei a dizer o nosso...ele teria de se estender para lá da água fria, para lá das nuvens altas.
Sim, dá-me a sensação que a distância será sempre a distância. Só pelo nome nos pôe os dentes a bater, só pelo som da palavra ouvimos as portas e portões a ranger. É a distância, como a ventania incontrolável numa rua de Inverno, vazia. É ela.
E eu Continuo a dizer que gosto de ti. Não é algo que se diga por dizer. As palavras são traiçoeiras...Muito mais que o coração.
Elas são ditas e nós guardamo-las...mas parece que têm data de validade...parece que um dia representam apenas mais um momento, mais um papel envelhecido que deitamos ao mar.
Há horas em que me parece que o meu mundo arrancou do lugar onde estava quando me disseste a primeira palavra...há horas em que acho que ele vai parar por não me dizeres nenhuma. E na verdade eu fiz de tudo para fugir, para não me habituar a esse teu jeito. Mas fugir de mim, ou proibir-me de querer aquilo que quero, não funcionou.

Desobedeci a mim mesma com quantas forças tive.

Certo ou errado, eu caminhei por aí.
Apetece-me caminhar de novo lá fora. Agora, onde não há ninguém e eu posso trocar palavras de filosofia com a brisa...
Na verdade, apetece-me molhar os pés na água salgada do mar...Apetece-me adormecer na areia fina, com as estrelas como manto e a luz como luz de presença.
Um tentiva cega mas motivada de me ouvire, de me sentires.
Viro a folha, a caneta deixa de escrever. As letras não têm muito mais para dizer esta noite. Poso tudo do lado esquerdo, na banquinha de madeira escura...Apago a luz, mas deixo a luz dourada atravessar a vidraça da janela...viro-me para o outro lado, e fecho os olhos.

Nos sonhos, posso encontrar-te.

" A hundred days have made me older since the last time that i saw your pretty face...A thousand lies have made me colder and i don't think i can look at this the same..BUT ALL THE MILES THAT SEPARATE, disappear when i'm dreaming of your face...(...) But you still with me in my dreams..."

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Esperar por nada...(??)


Lembro-me de ter esperado aqui. Entre o mar e a terra. No cais mais desabitado, no horizonte mais escuro.
Eu não me importei de onde esperei...ou de quanto tempo esperei. Acabaram por me levar.
Enquanto os restantes contavam o tempo eu abraçava os joelhos e deitava a cabeça sobre eles...fechava os olhos e não me cansava de sonhar. O relógio parava.Nos meus sonhos via aparecer coisas indistintas, nevoeiros e chuvas de Inverno...folhas de Outono a bailarem na ventania.
Espero no mesmo sítio. Já nada é assim. Eu espero ver chegar nada, coisa alguma que em alguma instância chegará...
Uma imagem distorcida de perfeição, aquele que dá um aperto no coração.
Neste momento a ventania de sabor diferente, faz-me bem. Acaricia-me o pescoço livre dos cabelos com cheiro a camomila, ondula-me a seda da saia preta...faz-me arrepiar. Um arrepio suave, de prazer...Calma. Sinto tanta calma, tanta calma que me puxa as pálpebras para baixo, amolece os meus músculos...me faz querer apoiar a cabeça no teu ombro, a minha mão na tua mão.
Não quero que isto acabe...
Não quero que esta luz que sinto sobre as minhas costas, sobre as minhas pernas se acabe...esta luz que me aquece...Luz dourada...
Não te tinha eu já falado dela? Não tinha eu já dito como ela me embalava neste cais onde o tempo pára e mais ninguém chega? Sim...eu sei que te falei dela.
Mas aqui não terminará...não enquanto eu esperar...e como eu espero nada, então eu esperarei nesse momento a que chamam de "para sempre"...
Chegarás?...Pois...Aqui o tempo não passa.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

No entretanto,,,



" Saídas são portas que muitas vezes estão fechadas. O esforço abre-as como se de um cofre se tratasse. Neste percalço da vida eu penso não ter feito o suficiente para as abrir a todas. Fiquei dentro de muitas das salas que me sufocavam. A única coisa que me deixa feliz, é saber que nesse entretanto, houve sempre alguém que me salvou. Não será este o sinal que eu não estou sozinha??"

quarta-feira, 6 de maio de 2009

É hora de ir embora...


Foi certo que eu já sabia o sentido destas palavras. Já o havia sentido, mas calei-o querendo passar despercebida, como se isso eu pudesse ignorar.
"Estás diferente..." Foi com tom pesaroso que estas palavras saíram da sua boca e me atingiram no peito, desmascarando-me perante mim.
Há muito que não parava para pensar em mim. Há muito que eu tinha apenas a sensação no subconsciente que era isto que me afectava. Era como trazer atrás de mim uma sombra que não me preenchia por completo, mas se debruçava sobre mim a cada momento de distracção...uma coisa que nós não notamos, mas notamos. Ou não queremos notar.
Com essa frase, essas duas simples palavras o meu mundo virou de pernas para o ar e eu deixei-me ficar perdida entre milhares de perguntas para as quais eu sabia a resposta mas não a queria aceitar. Deixei tudo entre linhas enquanto me distraí com a vida.
Sim, eu estou diferente. Nem sei dizer em quê...nem sei dizer porquê...só sei que parti uma das promessas que tinha feito a mim mesma.
Lembro-me daquele dia, sentada naquele banco, sempre o mesmo banco feito de madeira, já velho, já semi-pintado, que estava posicionado de costas para a rua, que me deixava tão aconchegada, vá-se lá saber porquê, naquele banco, no meu banco, em que me viraram costas e seguiram, chorando, e chorando me deixaram...eu pensei: "Não, tu não vais mudar, não vais deixar que o mundo te iluda, não podes deixar que ele te aprisione...Olha só o quanto faz os outros sofrer..."
Mas eu nem notei a chegada delas. As mudanças instalaram-se em mim e eu nem me apercebi...enquanto tudo pareceu fácil.
Agora, eu fico aqui, agarrada aos joelhos, com o queixo no topo deles e com a lágrima a escorrer lentamente pela face...lentamente como eu me apercebo das coisas.
A vida não é simples nem especial. É uma prova de fogo, em que tens de aprender a dar o suficiente, não muito, não pouco. Em que tudo tem de estar pelo meio.
Ainda não aprendi isso. Não aprendi isso e não aprendi a ter calma...A não levar tudo muito euforicamente, ou muito deprimentemente.
Já não sou mais aquela menina que acreditava no amor verdadeiro. Claro que o defendo, mas sei agora que "para sempre" e "nunca" são palavras que têm muito peso para serem ditas em momentos de emoção. Em momentos de emoção, as nossa percepção das coisas fica turva...uma bebedeira que faz doer por dentro e não por fora.
Não consigo já acreditar em coisas dessas que já tanto me feriram. Nenhuma verdade me magoa agora. Nenhuma ídole me convence. Nenhuma lágrima me comove.
Lamento assim...Lamento desta forma...
"Estás diferente..."
Mas tu nem fazes ideia de como eu gostava de estar igual...
Então agora, que não me encontro no meio de todo este nevoeiro, está na hora de começar a caminhar novamente. Para onde? Um lugar qualquer desde que não fique aqui.
Porque eu posso não saber o momento certo para alimentar uma paixão, para dizer uma verdade, para aceitar as coisas com elas são...Mas sei sempre quando é hora de ir embora...



terça-feira, 5 de maio de 2009

5 de Maio de 009


Hoje acordei com vontade de caminhar lentamente, num passo fechado e sombrio.

De levantar o olhar apenas por algo bizarro e de respirar fundo.

Há dias assim, há dias destes...há dias em que as coisas parecem um dia de Verão abafado, em que nem o sol brilha, nem a chuva cai, mas o barulho vindo dos céus não nos deixa encostar a cabeça e adormecer tranquilos. Em que procuras respirar numa réstia de ar fresco, e só encontras um vapor quente que sufoca e dilacera.

Sentei-me ali, naquele campo imenso, de relva molhada, onde a chuva outro dia teria caído...Deitei-me li, sobre o assunto, sobre o pensamento, sobre tudo o que me constitui o ser.

Nesta sensação de cair, de te tentares agarrar mas quereres adormecer, existe sempre a vontade de simplesmente ir, e desistir por um dia, descansar por umas horas. Ficar ali naquele porto entre a realidade e o sonho que há muito deixei mirrar... Como uma passa, ao sol. No entanto neste, até o açucar se lhe torna amargo.

O nevoeiro encerra-me a vista, e eu fico nesta semi-tentativa. Não me apetece de todo ficar, não me apetece de todo. Este manto de branco nada me faz encontrar senão um reflexo pouco nítido do meu passao, do meu presente...do meu futuro?!

HunHun, palavras nada têm que ver com saber ou não saber, com ser mais inteligente ou menos inteligente. Saber criar frases com sentido é tão simples. Criar frases com sentimento incutido já pode ser mais difícil.

Um ambiente muda-nos. Um sentimento muda-nos. Um olhar, um beijo, um sorriso, um cheiro...muda-nos.

Nós somos assim, fracos de espírito, tão influenciáveis. Como o humano é capaz de se destruir a si mesmo.

Hoje é um daqueles dias...daqueles dias de nevoeiro, e oscilações de clareza e escuridão que me não deixam triste, que me não deixam feliz...mas me deixam-me vazia. Desprovida de qualquer coisa que me possa dizer com certeza "vai por aquele lado".

Por isso, deixo-me ficar aqui, os joelhos enterrados no aconchegante cobertor da terra, manchado de castano num verde agora seco, e olho o céu, como se te esperasse ver sugir.

Contigo, esperava ver surgir ainda tudo aquilo que hoje não encontro. Porque, estupidez seja ela, eu encontro-me em ti.

Neste dia de meios, meios tudos, meios nadas, questiono cada movimento deste mundo...se é que ele se move. Por vezes parece tão parado, tão no mesmo sítio.

E odeio a forma como tu fazes isto...e odeio a forma como dizes aquilo...simplesmente porque é a única coisa que oiço e sinto nestes dias. São as tuas palavras meio fracas na chegada, virem por aí com o vento, deixando em mim a sensação que tudo é possível.

Continuo aqui, quando a noite se deixa acordar sobre o dia que se embala veementemente.

Agora eu deito-me, os braços estendidos ao lado do corpo, a cabeça virada para cima...o cabelo formando remoinhos em volta da minha face...E se eu ainda fosse quem um dia fui, eu estaria a chorar por ele...Eu estaria a chorar a cada dia 25 que se passasse, a cada mês que viesse e abalasse.

Mas não faço mais isso. Já nem sinto remorsos quaisqueres. E acho que desta vez eu estou no sítio correcto....no lugar semi-correcto.

Neste momento eu sei que ainda não quero sair daqui. Que não estou pronta para me levantar. As minhas costas ainda doem, a minha cabeça ainda pesa, e as minhas pernas cedem perante um caminho tão longo. Os meus olhos querem apenas continuar fixos no céu, aquele agora cheio de estrelas...E eu continuo a achar que tdo aquilo que vejo, tu verás noutro lugar qualquer, numa outra hora qualquer.

E eu deixo-me finalmente adormecer, para amanhã acordar como todos os outros dias normais, aqueles em que eu saio da cama com energia. Hoje ela esgotou-se mesmo antes de eu dar por isso.

O mundo está sempre no seu lugar, ele continua aqui, e enquanto ele continuar, eu terei de continuar com ele...

E contigo...


E há dias assim, dias em que uma pessoa nem é sequer pessoa, mas um pedaço do céu, um pedaço da terra, um pedaço do mar.




sexta-feira, 1 de maio de 2009

E seu eu abrir os olhos você jura não partir?



Catch Side - Temporário

"Sabe quando te acontece algo que você nunca espera?
Algo que você sempre quis
Que te deixe mais feliz
Um momento raro
Difícil de entender
Que fica na memória
Pra nunca se esquecer.
Então você veio,
E me fez tão feliz
Se eu abrir os olhos você jura não partir?
Preciso de você aqui!
Sabe aquela noite que você sempre quis ter?
Que só acontece com os seus amigos e nunca com você,
E quando você fecha os olhos
Tudo muda sem saber porque
Não me acorde deste sonho
Só ali sou de você!
Então você veio,
E me fez tão feliz
Se eu abrir os olhos você jura não partir?
Preciso de você aqui
E hoje eu vejo que o meu medo se tornou então realidade,
Mas lembro quando eu te falei
Você é tudo o que eu sonhei
Você não disse nem que sim
Mas também não disse nem que não
Apenas deu um beijo e disse "Nunca solte a minha mão"
Então você veio
E me fez tão feliz
E se eu abrir os olhos você jura não partir?
Preciso de você aqui
Preciso de você aqui
Preciso de você aqui
Preciso de você aqui
Preciso de você aqui
Preciso de você aqui"



E se eu abrir os olhos, você jura não partir??