quinta-feira, 30 de julho de 2009

Just another wasted day.


' Porque um dia tu vais aprender porque todos os meus quadros estão pintados
a preto e branco...ou a sépia.
Porque te parece que eles são tão velhos e tristes.
E no entanto vais novamente pedir-me que te repita com a voz cansada e o olhar baixo:
"Porque neles existe o tempo. E o tempo desgasta. E o tempo corrói. No final, o tempo dói...porque passou, porque há-de passar. E porque isso não te dá prazer. Mas tu um dia vais aprender, que é isso mesmo o que o tempo faz, e é isso mesmo o que o tempo tem de fazer.





segunda-feira, 27 de julho de 2009

Paragem no tempo.






[...] E eu sinto saudade de quando eu era eu, inocente, pequena...quando estavas em mim e o tempo não parecia ir em vão.
E de quando rias das minhas palavras sem sentido, e elas nem tinham piada.
Sinto falta dos momentos silenciosos.
E agora eu não encontro outra verdade assim.
Sinto saudades da calma, de ver a vida seguir sem pressas.
E sinto saudades da primeira vez em que te vi. [...]
.

Wait for us.



" Nunca esqueçaa que eu sempree vou esperar vocee. E aonde quer que eu vá vou te levar para sempre.
Eu nunca vou me esquecer de vooce...
Nuncaa mesmo "


E é assim difícil. E dói assim, e eu não sei porquê. Sei apenas que dói.


Dizer Adeus? Dizer adeus dói sempre, mesmo que saibas que a pessoa vai estar ali, se quiseres voltar. Mas Adeus, é ainda mais difícil de mentalizar que Amo-te.

Porque essa palavra dá-nos a certeza que nunca mais vai existir um Amo-te, ou Um gosto muito de ti.

Adeus acaba com tudo, menos com a memória, e é por nesse adeus se manter um anterior 'ficarei' que se condensa a tristeza de um olhar. Que o olhar fica mais fechado e menos brilhante...

Que por mais fundo que respires o ar parece nunca chegar.

E nós não fomos culpados neste ou em qualquer outro adeus. Não fomos, porque nem podemos ser guiados pelo que quisemos.

E porque as tuas palavras são iguais ás minhas, e porque elas são doces e mostram o carinho que eu gostava de embalar no coração, elas parecem mais pesadas...Parecem empurrar mais as lágrimas para fora.

Mesmo que agora digamos adeus, guardaremos aquela pequena esperança de um dia nos encontrar-mos em qualquer rua vertiginosa, num dia frio de Inverno com a chuva intensa...e nesse dia, nós vamos olhar-nos e tudo se vai formular.

Não vamos precisar de tentar, é só atavessar-mos a rua que tudo será natural.

E talvez que aí não precisemos de pensar num final.

Ainda que agora seja difícil de entender...Um dia, quando ela te abraçar, como se estivesse segura no teu sentimento, quando te deres conta que lhe significas mais que o mundo, tu vais perceber a simplicidade de que eu te falei, com uma voz que te pareceria melancólica, mas decidida, se a pudesses ouvir...

E eu estaria feliz por ti.

Pensei que se te fizesse perceber que ela é mais importante, mais presente, mais tua...seria mais fácil de entender...

Mas se isto for um adeus...se realmente sigificar a ruptura daquilo que queríamos...Então não há como perceber...

Porque no adeus nada se percebe até a dor passar.

Fica tudo a meio e sabe a desistir...e é por isso que não nos cai bem.

Não gostamos de desistir...

Mas assim, um dia será mais fácil...



'...Obrigado por saberes cuidar de mim, tratar de mim, olhar por mim...escutar quem sou...e se ao menos tudo fosse igual a ti...'


Em qualquer momento.Qualquer lugar.Qualquer vida.

Eu adoro-te.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Quem és tu?





'E partiu sem me dizer o nome...'
julho de 2009

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Fortaleza irreal


Uma porta entreaberta
Espera por um vento forte.
Nasce em mim a descoberta
Que antes de viver, nós presenciamos a morte.

Quatro pegadas na areia molhada
Seguem-se pela duna…
E em suma,
Vê-se a noite encalhada
Na penumbra.

Como podereis vós ir?
Como podereis vós dizer que amardes?
Vê-se a pétala da vossa flor cair
E o perder das nossas metades.
Que já se não completam,
Que já se não juntam…

Os seus dedos percorrem frios
As teclas brilhantes,
E em pequenas notas de calafrios
Vós recitais índoles triunfantes.




Escorre-lhe a vergonha pela testa,
Salga-lhe ela os lábios docemente,
Assalta-lhe a alma este sentimento de não festa
E eu fico dormente…

Não sois vós capazes de me segurar?
De impedir meu coração de esperançar…
Consome-me a saudade vingativa
Imperante vontade, altiva.

Trazei no peito esse desamor
Misturado de um ódio seco, sem sabor.
Envergai vestes incolor, impetuosas de nada
Bolhas de sabão perdidas na etapa da chamada.

Numa porta entreaberta
Espera uma figura desiludida.
Mostra seus espinhos de forma doentia
Querendo manter longe de si essa mancha dorida.

Pouco sabe ela, enganada, a coitada!
Que metade da sua vida, essa mancha, ela a absorveu.
E agora diz que “(des)viveu”…
E agora não sabe onde deixou o véu. Seu.


Estranho esse seu virar de cabeça,
Escondendo a face numa dura proeza.
Será que teria tamanha valentia,
Para falar realmente o que sabia?

Estranha essa sua expressão de grandeza,
Embelezada por um sorriso embaciado, sem beleza.
Vós sois talvez o frio que mais me arrepia
E a cólera recôndita.

Corpos caídos no chão
Inertes; ouve-se o vácuo do coração!
Perco eu mais uma batalha,
E a guerra, então?

Longe, tão longe que ele se vai
O suspiro inesperado de um Inverno azulado
Cai, deixa-la cair; cai,
A chuva diamante pelo relvado.
Cai, deixa-la cair; cai,
A neve escorregadia no telhado.
Cai; deixa-la cair, cai
A sua pura alegria em mau bocado.

Fazei-me falar, meu bem, fazei-me sorrir.
Falai-me das mil cores que vós vistes surgir no meu olhar.
Impeça essa calma de ruir, esse sonho de fugir
E corra atrás do seu lugar.
Mas levai-me consigo por favor, levai-me meu bem.

Só por vós me prenderia nessa fortaleza decadente
De onde brotam as flores do poente,
Onde se dorme a lua e morre a luz
Em que tudo fica como está
Salvando a estrela que reduz…

Vós sois qualquer discórdia importante
Ou uma outra memória flamejante
Uma fonte de água pura
Ou uma sombra escura.

Vós sois a parte de mim que deixais falecer.
Então me perco, numa fortaleza irreal que haveis deixado de ver.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Reticências



...


E no caminho de volta, podes dar-me a mão

Para que eu sinta quente o meu coração.

Podes até fazer de conta,

Construir uma vida só de ilusão

Importa-me apenas a felicidade

Numa vida demorada

Em qualquer outra cidade.

Quero andar

Andar perdida por aí e ver

As luzes semi acesas,

as ondas do mar no reflexo da escuridão.

Encontrar nas estrelas

Mil e uma certezas

E saber que desde que estejas comigo,


Nada será em vão.










sábado, 11 de julho de 2009

Easier


Easier.

E sou eu que não posso lutar
Contra o verdadeiro amor
O primeiro amor.
O toque de um corpo
O sentir real do seu calor...
E é nesses dias... Em que ao acordar...Eu sei que não mais te vou encontrar.


*I will miss you so bad...




» " A razão porque dói tanto separarmo-nos é porque as nossas almas estão ligadas. Talvez sempre o tenham estado e sempre o fiquem.
Talvz tenhamos vivido milhares de vidas antes desta e em cada uma nos tenhamos encontrado. E talvez que em cada uma nos tenhamos separado pelos mesmos motivos.
Isto significa que esta despedida é, ao mesmo tempo, um adeus pelos últimos dez mil anos e um prelúdio ao que virá. (...) E sei que gastei todas as vidas antes desta á tua procura. Não de alguém como tu, mas de ti.(...)Iremos encontrar-nos de novo e talvez as estrelas tenham mudado, e nós não nos amemos apenas por esse tempo, mas por todos os tempos que tivemos antes. "



The notebook, Nicholas Sparks*


* It doesn't matter where I am, or with Who I am, I will always look for you.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Velho



Existem tantas coisas simples. Tantos momentos em que marcámos sorrisos, tantos segundos em que a música nos pareceu perfeita, tantos actos em que o carinho se condensou, tantas lágrimas em que a dor se expressou, tantas caminhadas em que encontrámos alguém importante, imensas conversas em que ficámos ponderantes, inúmeras decisões que fomos obrigados a tomar de empurrão, tantas vidas que se cruzaram com a nossa...e ficaram por lá.

Existem vidas que nós queremos adoptar, aquelas que nós queremos guardar sempre perto do coração, poucas as que realmente ficam.

Tenho ainda saudades tuas, por vezes, quando olho coisas hilariantes, ou até mesmo tristes. As carinhosas continuam em mim.

Lembro-me do sorrir, e da voz suave...Dos campos no Verão e da neve Invernal.

Recordo-me de sentir a tua mão na minha, e calcarmos sozinhos trajectos afora quebrando o medo do frio infernal...

Nunca achei que tivesse sido perfeito, exceptuando agora. Neste hoje, eu sei que foi perfeito, que foi fantástico, que talvez nem o tenhamos vivido.

Talvez não tenhamos cheirado o ar impregnado de indícios primaveris, e talvez não tenhamos realmente ouvido as cascatas falarem como quem canta, no silêncio de uma manhã de Outono.

Ha...Quantas cores descobri ao teu lado, quantos cheiros e sensações...Quantas emoções não fizeram o meu coração saltar de felicidade, ou parar de bater de medo...

Transpirei amor, transpirei clareza e certeza.

Foi simpático teres ficado por aqui hoje, foi simpatico teres-te sentado ao meu lado.

Para nós, parece que o tempo teima em acabar, mas tu sempre disses-te que haveria sempre algum motivo, qualquer um, para não ter medo, porque afinal o final, é apenas um início.

Tomas de novo a minha mão, e eu sinto que as lágrimas se escondem, pois nunca pensei sentir o teu calor na minha pele de novo...

E na velhice que nos marca o rosto, o coração bate de novo...Fica cheio de vida, e sorri para ti.

Parece que passaram tantas horas sem ti, mas que no fundo eu sempre te conheci...Eu sempre soube que estaria lá para mim.

Atravessas a sala e mudas de lugar. Sentaste á janela e fazes-me chorar.

Mostras-me como ainda me lembro de cada gesto teu, sobre uma chuva dos nossos melhores Invernos, em que deambulavas embevecido com a inocência da menina.

E aqueles minutos não saem de mim, e não se querem apagar.

Fecho os olhos, e desta vez eu sei que vais ficar...Porque sempre tivemos esta chance, ela sempre nos mostrou que tudo poderia voltar.

E a velhice que nos marca o rosto, marca-nos agora um sentimento...duas vozes, dois corações, um só tempo.




*Porque é sempre impossível esquecer aquilo que nos faz ser o que somos, Obrigado. :)

Let it die.



Não me cabem nas mãos as palavras que tenho a dizer. Não me cabe nas mãos o maior sonho que algum dia consegui ter...Dizemos grande, mas talvez o digamos não por ele ter muito tamanho...Mas por ser grande em impossibilidade.

E enquanto isso vamos afastando a realidade, como quem limpa o pó, uma empregada que a dias fixos levanta o pó dos móveis, e ele por ali paira, para mais tarde cair novamente, e se acomodar. Assim é com o coração. Assim é com a nossa irrealidade. Não damos por ela estar porque sabe bem, porque é doce e faz com que adormeçamos descansados...Mas naqueles momentos em que vimos um raio, um raio que por muito pequeno que seja nos leva a avistar um pouco da realidade, parece que as coisas deixam de fazer sentido.

As palavras saem ocas, os actos parecem poucos...O tempo mostra-se limitado, e parece que nada mais temos para descobrir acerca um do outro. O sol baixa a sua intensidade, e deixamos correr um vento frio entre as nossas peles.

Calamo-nos mais, sufocamos mais dúvidas e acreditamos porque é aparentemente mais fácil.

Porque quando o teu mundo parece ruir, tu abrigas-te no meu, e eu tento constantemente fugir para o teu.

Porque quando não vês brilho em ti, eu consigo fazer-te brilhar.

Mas quando tudo está no seu lugar, tu segues o teu caminho, e eu sigo para qualquer outro lugar.

Nada é assim simples como aparenta. Custa mais do que se vê.

Nós perdemo-nos sozinhos por vezes, e silenciamos os laços entre nós. Laços que perguntam o que somos, o que fomos, o que seremos...E a responda pode até ser um nada triplo...Pode ser uma palavra pequena, mas capaz de levar a morrer tudo...E pode ser uma palavra grande que nos faça bater novamente o coração...

A cada palavra que calamos, pode morrer ou renascer um pedaço de nós. Não sabemos...De nada temos certeza...E eu sinto-me tão bem e tão mal...

Tu fazes-me morrer e viver tão simultaneamente...

Não me cabem no peito as dúvidas...Não me cabe no olhar a tua esperança...

Nesses dias em que cansa, ver-te e não te ver.

Nesses momentos em que sei que te pode ter, que te sabe de cor e que eu não te tenho, que é-me impossível saber-te de cor.

Trazes em ti a minha marca, e eu trago em mim a tua semi-ausência.

Estamos a deixar morrer o sonho...

Estamos a parar...

Não me cabe na felicidade, a leve incomodidade de te ver abrandar.


quarta-feira, 8 de julho de 2009

Falar de nada, como se fosse tudo.



Continuas entre as mesmas paredes. Continuas com o mesmo olhar, que para mim é tão diferente.

Continuas com a mesma voz, mas eu oiço-a como quem já a não sente.

Continuo no mesmo lugar, mas não espero qualquer volta, qualquer regresso.

E do que peço, nada de ti, parece ficar.

Tenho saudades do mar.

Saudades de olhar para o horizonte e sentir uma paz que há tanto não sinto...De sentir a luz dourada adensar-se em mim, adoçar-me cada poro da pele, e eriçar-me os pêlos do pescoço.

Sinto falta do ar fresco do entardecer, quando o vento ainda não é vento, mas se fica pela brisa, trasendo o cheiro subtil do sal marinho.

Sinto falta de ter a certeza que sigo o meu caminho.

Acho que me parei aqui, algures, a meio da jornada.

Que eu disse que ia seguir amanhã, mas nesse amanhã, eu já não vi nada. Parei-me no meio da estrada, porque sabia que nada me iria tentar deter...

E fiquei ali, deixando as minhas decisões apodrecer, deixando-as ficar velhas, cheias de pó e vendo-as devagar, desaparecer.

Quando o sol tentava trespassar as nuvens com punhais de luz, eu levantava-me e sorria...Parecia ter acabado de acordar...

Acordar de um sono que nem dormi. Acordar apenas de um tempo que perdi.

Afastava-te de mim.

Agora eu sento-me na janela, sinto o ronronar do meu gato, e vejo ao longe as luzes amareladas, suspensas por cima das cabeças dos ninguéns que calcam com os pés as minhas avenidas.

A esta hora elas já estão tão esquecidas...

Mas a noite é assim...A noite perde-se por si mesma num nada que eu gosto de apreciar...Embeleza-se para ninguém, apenas para mim, que a vejo passar...

Talvez eu apenas precise de encontrar a paz no meu lugar...Mas que lugar poderá ser meu, se em nenhum eu acabo por querer ficar?

Quantas vezes deixei de sentir leve o mar, para sentir pesado esse mesmo seu clássico encantar? Foram todas as vezes que me lembrei que há tantas e tantas provas que nós não conseguimos passar...

Mas eu guardei todos esses dias como diamantes negros na caixa de música, e deixei de a abrir...A música dela faz-me chorar...Faz com que as minhas lágrimas se condensem em mim, como o frio se condensa no mais gelado glaciar.

Que caiam como estalactites...Que doam como fósforos que se deixam arder demasiado.

Aprendi a ver-me de outra forma, aprendi a ser...A ser um universo de espaço meio vazio e meio cheio...Mas não perdido, pois sei que alguém entrou lá...

Aprendi a que as palavras não devem ser engolidas ou mastigadas, e disse-as, sem mais esperar da bailarina da caixa de música...Ela ficou sempre muda...como se o seu mecanismo se tivesse encravado.

Mostrei que eu posso ser uma noite...Posso ter em mim um vento demasiado frio...e um calor demasiado quente. Desculpas demasiado sujas, e um sorriso eloquente.

Que também sou capaz de me rir do sofrer, ou de chorar de piadas...Que posso ser como a bailarina da caixa de música...muda, silenciosa, encravada.

E um dia...eu vou-o continuar a ser...E tu vais-te aperceber que eu mudei o meu olhar...que eu mudei a minha voz, que nada é mais igual, como era entre nós.

Porque tu vais sempre ser o meu passado, e eu, o teu futuro...

Num tempo mal encontrado, e num espelho demasiado sujo.



domingo, 5 de julho de 2009

Por uma noite.

' Sabes o que é um segredo? São palavras proibidas, ainda que sentidas, que todos querem ouvir, mas que apenas pertencem a nós.'
É UM SONHO...real.

sábado, 4 de julho de 2009

Sei que sabes que sim.




' O tempo sempre vingou. O tempo sempre sorriu e se vangloriou...Mas agora eu sei percebê-lo, sei como o interpretar para não levar a mal o seu atraso, ou o seu chegar mais cedo.
O tempo pareceu-nos simples, sempre nos foi fácil, até chegarem os momentos difíceis. É sempre assim, falemos de nós, falemos de mim, de ti, ou dos restantes.
Sorrimos imensidões, e chorámos rios. Estivemos lá, e faltámos certas vezes. Caímos, levantámo-nos. Caminhámos juntos e afastámo-nos.
Estivemos juntos metade de uma vida, e separámo-nos. :)
Sofremos, gritámos...falamos baixo e tivemos a honra do 'último abraço'.
Hoje estamos longe, muito mais longe, e é melhor assim. Tu estás feliz. Eu estou feliz.
Somos pessoas diferentes e a maioria das vezes quando passamos na rua, nada mais nos liga. Nada mais prevalece.
No entanto, se o fizeres, vais-me perceber...Existem certas horas em que tudo volta á memória, e nem parece que fomos nós que vivemos esses efémeros segundos.
Por vezes, num olhar leve, despreocupado, volta a presença que sentimos.
Num acto, numa palavra, relembramos o que fomos...
...Mas agora, a tristeza não nos atinge. Atinge-nos um carinho leve, e uma certeza que não nos iremos esquecer.
Levantamos a cabeça e seguimos novamente, mas aquelas tardes de Verão e que ao acaso a música voltava a tocar, ião sempre ficar presentes. ' = ')


* [...] Não nos deixam sós e não vão sós...Deixam um pouco de si e levam um pouco de nós. [...]

[Agosto de 2008]

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Vai e Vem.


Um dia vais aprender a odiar-me.

Um dia vai ser simples para ti não pensar em mim, não desejar as minhas palavras, não querer tocar mais o que sou.

Vai ser fácil dessa forma.

A princípio o sol pode não te parecer tão quente como era. Pode dar-te a sensação de estares a viver um Verão Invernal, mas não te assustes, isso é apenas a dor.

A dor da minha ausência, se a sentires.

Quando caminhares pela praia com a tua mão direita agora livre, vais achar que já não tem a mesma piada. Já não vais correr por entre as ondas, já não te vais deixar cair de costas na areia. E se o fizeres, arfando como sempre, não vais gargalhar como ditava o nosso ritual.

Não vais querer que a noite chegue, que as luzes se apaguem.

Ainda te posso ver na varanda virada para o mar, em direcção ao horizonte, ao pôr-do-sol. Os teus braços estão caídos ao lado do corpo. Não sabes agora o que fazer com eles e de repente eles ficam mais pesados. Mas depressa tu descobres...Descobres que vais precisar deles para cobrir a tua face quando a primeira lágrima cair...seguida de mais uma...e outra ainda.

E porque eu não estou, vais pensar em mim. No meu sorriso, num movimento de câmara lenta, porque assim marca mais.

Vais pedir em silêncio; vais desejar.

Vais-te sentar na espreguiçadeira até anoitecer, e não vais jantar.

Adormeces entre sonhos, onde eu apareço como sempre me conheceste, e mesmo a dormir o teu coração vai apertar. Vai-te custar respirar.

Oh, mas tu vais aprender a dizer-me não. Porque um dia vais saber como me odiar.

Vais enrauvecer-te comigo porque não saio da casa, da praia, porque ainda estou no quarto e na sala, e até no carro.

Poruqe de repente sou como o teu Deus, e no entanto vês-me como condenação, porque te faço doer.

Na verdade ficas apenas enraivecido contigo. Chegas á conclusão que és tu que não me expulsas. Que és tu que não consegues abandonar a parte boa de mim.

Vais chamar-te fraco. Mas a isso chama-se amor e não fraqueza.

Olharás a imagem no espelho e não te vais conhecer.

Tu nunca te conheceste assim afinal...com o olhar vazio e os lábios roxos, com as faces brancas e olheiras...

Eu disse-te que doía...Lembras-te?

Eu disse-te que era uma meia-morte.

Nesse tempo sentirás apenas a ausência, o vazio...Aquela parcela de ti que te parece estar quase a chegar todos os finais de tarde quando a luz é alaranjada no horizonte; que esperas que te chame do quarto de manhã, quando já estás a pé há duas horas; que te vai implorar todas as noites para se sentar contigo na areia, todas as noites, essa que está a dez passos.

Mas ela nunca chega, e no entanto tu pensas que não pode ser, e que o amor é paciente.

Mas tu vais ver...Vais ver os dias passarem, as semanas passarem.

Fechas-te no teu mundo e foges da claridade. Não queres saber dos outros, tu só queres saber de mim.

E eles vão entrar-te pela casa adentro e mudar tudo, coisa de que não terás coragem, mas que começas por te convencer que vai ser o melhor.

Comparas isso a um novo aprender a viver e vão existir dias que te parece que a felicidade finalmente chegou...Mas mais tarde, quando o dia estiver no final, não vai surtir efeito, pois continuas sem aquilo que eu te dava e que te fazia tão bem.

Vais fugir para todos os lugares possíveis, mas eu vou seguir-te, pois tu não me deixas-te de onde partiste.

Contarás todos os meses e de cada vez que somares mais um, eu vou saber que te sentas-te à beira-mar e te perdes-te por ali.

Mas vai chegar aquele dia em que me vais odiar.

Eu vou saber quando ele chegar.

Vais passar por mim na rua...e os meus olhos vão voltar a brilhar quando se encontrarem em ti.

De repente sentirei de novo o corpo tremer, e o estômago revoltear. E por uma razão qualquer eu vou achar possível voltar a correr para ti.

Mas paro-me a meio.

O teu ódio vira-me a cara, mas no restante desse dia tu vais pensar em mim, e eu vou pensar em ti.

Vais sonhar comigo e eu vou sonhar contigo.

Quando amanhecer e eu caminhar na areia que nos pertence, eu sei que ja la estarás. :)

O silêncio permanecerá quando as minhas pernas se cruzrem do lado direito das tuas.

Ficaremos tempo e tempo ás espera que qualquer coisa surja na nossa boca, qualquer coisa que faça sentido dizer naquele momento.

Aí sou eu que quem não vai aguentar, sou eu quem te vai abraçar.

Demoras a assimilar, mas pouco me importa o tempo, eu vou parecer colada a ti.

O teu ódio, vais perceber, não é a mim que odeia. Odeia sim a intensidade com que me amas...com que precisas de mim. E isso vai desaparecer ali.

Para sempre os corpos vao consumir-se num só. E no silêncio da madrugada as juras serão juradas, as desculpas pedidas e as promessas de novo prometidas.

E tudo começará de novo, como duas crianças que se encontram num espaço intemporal...num sonho real.


quarta-feira, 1 de julho de 2009

Amar


Hoje silenciámos os dois.
Dói-me o coração e não te quero dizer.
Como estás? Onde estás?

Esqueceste-me, ou não és capaz?

Gostava tanto de caminhar contigo por entre as ruas alagadas de um lugar cheio de luzes, de vida no dia mais chuvoso do ano. Caminhar contigo de encontro aos pôres-de-sol do Inverno, daqueles dias de chuva em que tudo fica azul. Parece que caminhamos para algum lugar...mas pouco importa para onde.Deixamos a escuridão para trás, seguir-nos.

Gostava tanto de te poder mostrar que isto já nem é muito, é mais que isso. Provei a mim mesma que não era apenas gostar. Era querer de todas as formas, sendo retribuído ou não. Era amar.

Amar longe ou perto. Com um sentimento azul, ou da cor do arco-íris e até mesmo preto, branco ou cinzento. Amar no Verão, Na Primavera, no Outono e No Inverno. Amar não só nos dias de semana, mas nos sábados, domingos e feriados. Amar na escuridão, na luz e na penumbra. Amar se for frio, amar se for quente, amar se for morno ou gelado. Amar se for direito ou torto, ou curvilíneo...Amar ás riscas, aos quadrados, ás bolinhas...Amar. Amar calmo, e eufórico...melancólico e pensativo, amar todos os estados de espírito. Amar quando for doce, e amar quando for amargo. Amar quando te esconderes, quando fugires...ou quando apareceres, e te prenderes a mim. Amar pelo Crepúsculo. Amar pelo pôr-do-sol. Amar em cima, em baixo, á direita e á esquerda. Sul, norte, este ou oeste...Sudoeste, sudeste, Nordeste ou Noroeste, e amar.
Amar a letra pequena, ou grande. Amar em Itálico, en negrito ou rasurado. Amar numa folha limpa, ou em rascunho. Amar um nosso projecto, um desejo, ou um sonho realizado, algo construído. Amar no meu mundo, no teu, no nosso. Amar á meia-noite, ás duas horas, ou 24 horas por dia, dias consecutivos. Amar se perceberes, ou se precisares que explique. Amar nas coisas grandes e nas pequenas. Amar se estiveres, ou se não puderes estar. Amar acima de tudo e de nada. Amar com a força de uma maré cheia, a curiosidade de uma criança pequena, e o brilho do mais radioso luar.Amar o reflexo que vejo em ti.
Por isso agora eu não vou parar, já não posso parar, já não QUERO parar.
Tornaste-te tudo e eu preciso de tudo para ser feliz. Para mim está sempre bem, chega sempre...É sempre fantástico. Não o somos nós?

Hoje apenas quisemos pensar. Em quê? Em tanta coisa...eu quis pensar em tanta coisa, mas apenas me lembrei de ti, e por mais difícil que sejas para mim, és-me fácil. Fácil de acreditar, fácil de sustentar, fácil sorrir para ti, mesmo que seja o pior dia da minha vida. Fácil dar-te as minhas palavras ponderadas, correr contra mim, para o teu melhor, mesmo que eu saiba que me vai doer, ou que vou morrer de ciúmes. Que é o amor senão um querer bem?
Os actos de amor são humildes...São simples e pequenos. É isso que os faz ser tão inocentes, tão puros. Não te quero pedir de mais, não te quero dizer de mais.
Podes segurar-te no meu sentimento, não te deixarei cair. Não tenhas medo, porque o sol sempre há-de vir...Nem que tenha de te o dar.
Não te arrisques por mim, deixa-te estar. Mostra-me apenas que estás feliz, e eu saberei contigo gargalhar.
Porque é assim e será assim. Porque quando me procurares, quando precisares de mim, eu estarei sempre neste lugar. Neste lugar que decorei para ti com todos os melhores sentimentos. Com o melhor de mim.
Não quero que penses que vai ter fim. Não...
Se um dia não quiseres mais desta forma, eu vou aprender a estar de outra. Continuarei a ouvir-te, a perceber-te, a aconselhar-te, cada vez que me pedires, cada vez que não seguires, eu vou ajudar-te.
Espero apenas pelo dia em qu te poderei abraçar no silêncio.Mostrar-te com toda a certeza que tudo está bem...
Nada de igualdades. Para ti quero ser diferente. Ser aquilo que te salva, quando nada mais o faz.
Quero correr todas as ruas do mundo do teu lado...Conhecer todos os idiomas, e chegar a tudo, ou mesmo nada, porque desde que estejas comigo, nada á minha volta me importará.
E tu és assim, o amor em mim. és a razão porque tudo é assim e não quero que seja de outra forma.
E tu és assim...a força do meu sorrir, da minha nova coragem.



E o amor é mesmo assim...não precisa de ser visto, para que o possamos sentir.