quarta-feira, 31 de março de 2010

sabia que te ias esquecer...




" The light that fueled our fire then as burned a hole between us
So we cannot see to reach an end crippling our communication.
(...)"




" Cold silence has a tendency to atrophy any sense
of compassion between supposed brothers..."




(...between supposed LOVERS...)






Tu prometes-te que 
estarias sempre ali...
"Gosto, gostei, e hei-de gostar sempre muito de ti!"
Eu NÃO me esqueci...


terça-feira, 30 de março de 2010

Quando Fechares os olhos...

 
” Então, fechei os olhos com força e fixei-me no que via. Esta era uma das coisas que fazia desde pequeno, que tinha descoberto por acaso e que imaginava ser eu a única pessoa a fazer no mundo. Fechava os olhos e via. Via o que se vê com os olhos fechados.”
 
José Luís Peixoto
Sempre que te quero ver, eu fecho os olhos. Cerro-os com a maior força do mundo. Com a mesma força com que uma criança com medo da escuridão o faz. (e que sou eu a mais que uma criança?- só não temo a escuridão.)
 E quando tenho os olhos fechados, meu amor, eu consigo ver-te tão melhor. Eu consigo ver-te como se me assoma-se de um espectrómetro, e ali não há qualquer tipo de cinzento no que és.
 Sempre que te quero ver, eu fecho os olhos, com a maior força do mundo. E com essa mesma força eu tento mostrar-te a ti mesmo o que és, e o que podes ser...Fecha os teus olhos.
Tenho a certeza que se te vires, me conseguirás também ver a mim...
O único problema é nunca teres tido medo da escuridão...e nunca teres visto o muito mais que se pode ver com os olhos fechados, do que com eles abertos...
Sempre que te quero ver, fecho os olhos.


Há amores assim,


Cabeça na almofada, o quarto ás escuras. Corri as cortinas para deixar o sol e a luz lá fora. O telemóvel descansa na banquinha de cabeceira, bem longe da minha mão, como há tanto não ficava.Tenho a certeza que já nem ele está habituado a estar ali. Desligado, não pode fazer qualquer som, por mais que lhe peça em pensamentos idiotas por um bip, por mais pequeno que seja. (onde é que já se viu?)Mas é a única forma de parar de querer deixar sair palavras atrás de palavras até que elas te forcem a uma qualquer reacção.
Após tanto tempo, reina de novo o silêncio entre a distância dos nossos mundos.
Agora percebo até que ponto as tuas palavras me pareciam um abrigo, e me serviam de chão.
Agora percebo, que enquanto achei que podia seguir até aí onde estás, e depois voltar para trás como no jogo infantil do toca e foge, eu estava apenas a algemar todos os pedaços do que és, àquilo que sou.
Fazer-te a melhor parte de mim tornou-se tão fácil e automático, que nem dei por tal coisa.
Após de tanto tempo, o silêncio mata-me com mais eficácia que as tuas próprias palavras mais amargas.
Eu disse-te que gostava mesmo de ti, lembras-te?
O que é suposto fazer agora? Que esperas mais de mim?...



«...Não me importo com mais nada...Se és direito ou o avesso...Se tu fores o meu final, eu serei o teu começo.(...)»

segunda-feira, 29 de março de 2010

Vontade.



Se pudesse dizer-te alguma coisa agora...
Ficaria em silêncio, cerraria os meus olhos, e fechar-te-ia no meu abraço.
E nesse silêncio, em palavras não sonoras, respiraria no teu pescoço...
Quero-te tanto...
E seria mais fácil seguir esse caminho, que seguimos sem saber
se vamos chegar a algum lugar.
(não...não vamos chegar a lado nenhum.)



And if I cried, would you hug me?

F#ck It Up!

Sombras.Palavras.Gritos.Veias.Pulsação.Janelas.Cadeados.Arames Farpados.Sangue.Vida.Cansaço.Televisão.Cores.Mistura.Passos.Imagens.Movimento.Loucura.Maldade.Dor.
Indiferença.Lágrimas Secas.Perigos.Inconsciência.Obrigatoriedade.Aleatório.Saudade.Querer.Repetição.Explosão.
Psicológico.Vício.Morte.Mentiras.Raiva.Calor.Frio.Nervos.Ausência.Mudanças.Músculos Contraídos.Decisões.Ventanias.Confusão.Rosas Com Espinhos. Sonhos Mais Pesadelos.Adeus.Peças Perdidas.Espaços Lotados.Sofás Rasgados.Cama.Peitos Amarrados.Vómitos de Querer.Inocências Perdidas.Bebedeiras do Mundo.Sacrifícios.   







 Quero que tudo vá para o Inferno!






(...estou a enlouquecer.)

sábado, 27 de março de 2010




"- Estou a cair...Dentro de um buraco negro.
Então eu vejo criaturas estranhas.
-Que tipo de criaturas?
- Um pássaro, um coelho de colete, 
e um gato que sorri.
-Não sabia que os gatos sorriam...
-Nem eu. E há uma lagarta azul.
-Uma lagarta azul?
-Acha que estou a enlouquecer?
- Acho que sim. Estás louca, maluca, perdeste a razão.
Mas vou contar-te um segredo...
As melhores pessoas são.
É só um sonho, Alice. Nada te pode acontecer lá."


Alice in wonderland, Tim Burton.


♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥



sexta-feira, 26 de março de 2010

Uma vontade de ir...

" Vai quem já nada teme..."


Faz silêncio e escuta os passos suaves do medo a ir embora. 
Ele já não tem força, a consistência necessária para te rodear os braços da vontade e do querer.
Olha para o horizonte e sente o ar a ficar mais leve e mais livre...Os teus pulmões conseguem agora armazenar mais oxigénio.
E apetece-te correr, saltar, gritar ao mundo que  te transformaste em onda rebelde no meio do mar calmo, que és agora uma nuvem fugidia no céu azul límpido. 
Fecha os olhos e concentra-te no teu corpo...sentes todas as veias a cantar a pulsação dos movimentos suados, e dos toques mágicos.
E ele diz que é especial, que há-de sempre ser especial. 
E ele enxota o medo, sem precisar sequer de lhe bradar ruídos como se faz aos gatos.
Tu vais. Não te deixas apenas ir, não vais pela força da corrente, mas caminhas pelo teu pé. Queres chegar ao seu cheiro, queres encontrar o seu calor. Vais...porque queres, porque precisas.
E cegas, e ensurdeces, e ficas muda. E vês tudo muito mais nítido, e ouves até o suspiro mais imperceptível das sombras do canto do quarto, e saem-te mil sons sem sentido, que querem dizer tanto mais que as palavras com sentido que passaste metade da vida a dizer.
Murmúrios adormecidos amanhecem no teu corpo e a tua pele contai-se em gargalhadas sonoras, envolve-se em arrepios crepitantes, sibila ânsias...
E se a tua atenção não morrer por completo, e se conseguires olhar para ti no momento antes de deixares a bebedeira dele atingir-te no centro do peito, podes ver que o medo foi embora...Podes vê-lo a acenar-te, e a seguir o seu caminho.
Agora és tu. E estás tu. E vais tu. Não tens a certeza do que espera, mas sabes mais do que nunca que queres chegar ao outro lado de ti, e que só ele pode ir contigo. 
Os portões abrem-se, a brisa das suas mãos entra e balança-te os cabelos. Brinca com a cor dos teus lábios, prende-se na cor dos teus olhos, e tu sentes-te cair naquele quase verde demasiado imperfeitamente perfeito dos seus. 
Ali pensas ver o resto do mundo. Dali vês o mundo inteiro. Todos os edifícios, todas as luzes, todos os carros, as ruas, as floristas, os parques, os velhos nas esquinas. 
Ali, sentes tudo. Ali tudo entra em ti como droga, e te consome. E te parece fantástico. E te parece não ter fim...
Como um espectáculo interminável de sensações, como o desfile da vida mesmo embaixo do teu nariz.
E não lhe tocas ainda, mas estás bem ali, onde estás. Donde vês o mundo, onde sentes tudo, onde tudo te toca e te delicia. Te prende e te liberta.
É ele, e tu agora vais. 
É ele...e tu corres cada vez mais para si. Para tudo aquilo que ele tem. 
E vais,e vais, e vais...e ele abraça-te e alicia-te mais.
Talvez amanha tenhas que voltar para trás...
Mas hoje vais...e vais...e vais...como quem já nada teme.



" E uma vontade de rir
Nasce do fundo do ser...
E uma vontade de ir...
Correr o (teu) mundo e (não) partir..."


quarta-feira, 24 de março de 2010

Fake.


Ela continua a desenhar no ar, como se esperasse que os traços dos seus sonhos e ânsias durem mais tempo do que é normal…Que chegue uma altura em que se vejam, completos, destacados, num céu de pano claro e novo.

Ela continua a construir castelos no interior da sua mente, esforça-se por trazer cada vez mais rapidamente os tijolos, para que possa chegar ao final, sem ter de recomeçar novamente.

Apesar de tudo, ela espera de ti a ajuda nessa construção, e quem sabe os pilares para a sustentar.

E sim, tu bem que continuas aí, parado, na sua sombra…numa vontade de ficar interiormente pouca e por consequência, e exteriormente…bem, isso nem eu sei.

Ainda assim, acho que ela fica mais feliz acreditando que estás, mesmo quando sente que tu nunca estiveste.




(mentiras escondidas com o rabo de fora...)

terça-feira, 23 de março de 2010

Come wherever you want...






« So I say run, run, sparkling light...
(...)then come home at night...
I'm sure you'll tell me something new.
(...)
Yeah, I can see the world through you. »





~Amo-te.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Togheter, we (still) are a world....


  


Expandi-me. Revirei-me. Misturei-me.
Cores vivas que dão resultados mortos.(para mim, para ti, para eles.)
Factos, mudanças, vivências que pareciam demasiado largas, e ficaram justas
que nem skinny jeans. 
Cinzentos vindos de amarelos, azuis, púrpuras.
Frenesins.
Histórias deixadas a meio, outras, acabadas antes de tempo.
Expandi-me.Revirei-me.Misturei-me.
Não consigo voltar á cor natural.á essência natural.
Ao sorriso deles. Ao teu abraço apertado que abarcava o teu mundo, e o meu, e o nosso.
Posso ter-me misturado. Posso ter-me expandido e até revirado, mas o teu lugar
nunca saiu daqui.
Então porque sais tu do teu lugar, achando que me esqueci
que ali estavas? Que já não importa a tua presença?
Seja eu o que for, faça aquilo que fizer, 
estarás sempre, como uma marca de nascença, no que sou.
Porque eu amo-te. Amo-te mais a ti que estás mais em mim
que eu mesma. 
Por isso não saias de onde estás...Porque mesmo que não to diga, eu preciso de ti.
E mesmo que me revire, levo-te atrás.
E mesmo que me misture, tu misturas-te ficando sempre heterogénea no meu coração.
E mesmo que me expanda, ocuparás sempre o maior lugar.

Amo-te, sim?

sábado, 20 de março de 2010

Crash into me.



Come Crash Into Me!!

I'm so lost in you...

Gosto tanto de ti.

De alguma forma, julguei que essa promessa tinham sido apenas palavras. Agora, vejo que para além de uma promessa, era uma certeza qualquer, que pode não estar ainda muito sólida, que pode ainda ter muitas pontas soltas...mas que eu já consigo sentir como alguma coisa compacta.
Já não são só dúvidas, e medos, e sonhos lunáticos que me põem a cabeça ás voltas de não saber como te fazer mover. Tu moveste-te sozinho, e isso ainda me deixa mais feliz.
Não sei se decidiste alguma coisa, e se o fizeste, não sei em que momento foi, nem como, nem porquê.
Eu tinha chegado cedo demais, tu soubeste regular o relógio. Ou assim gosto de pensar...
Pois nada disso importa realmente agora, tu já cá estás. Perto, tão pertinho, que se torna impossível não te sentir.
A minha mão já desliza por entre a tua pele, e já sabe que o pode fazer. Os meus olhos já fixam os teus sem ter medo de nada verem. O teu abraço já me envolve com tanta força, que parece que nunca mais vai acabar...
O teu sorriso, já é meu. 
E talvez isto não passe de um agora, talvez que eu deixe de te sentir novamente...
Mas enquanto estás aqui, enquanto te sinto aqui, eu estou bem.

Eu sabia que tinhas algo mais, aí dentro...Aí, onde ninguém vê!


 
♥"Gosto tanto de ti".

quinta-feira, 18 de março de 2010

:x


"(...) Do toque nasce a nossa ilusão. 
Desenhas os risos de um novo medo,
que o peito demonstre sem qualquer sossego.
Faz tempo que a culpa se foi, ficámos de pensar só depois
do erro..."




Quando me tocas o mundo pára. Sou tudo, sou nada. Estou em todo o lugar, e não estou em sítio nenhum.
Só encontro escuridão, e ainda está cheia de luz.
No topo do mundo, nos seus confins. 
Estou longe, e sinto de tão perto.
Quando me tocas, fujo de mim, saio de mim, perco-me em mim.

quarta-feira, 17 de março de 2010

Coward.



És como uma droga. Olhas para mim, alicias-me...
Sussurras-me palavras doces, dessas que me põem o corpo a vibrar
e os dedos com vontade de te apanhar.
E enquanto eu vou, e me esqueço de mim, pedes-me
que me mate, em palavras disfarçadas e códigos ocultos...
E eu mato-me. E sabendo-me que me mato, continuo matando-me
sem sequer olhar bem para a lâmina da faca...
E eu mato-me, continuo matando-me...mas sabe tão bem que as minhas forças não chegam para parar.
Não consigo parar de me atirar de encontro à tua faca.
És como uma droga...Enquanto bates e me atordoas os sentidos
fazes-me mais fraca e eu sinto-me no topo do mundo...Para mais tarde
me deixares cair do nada no meio da sujidade das estradas e do meu mundo
virado do avesso.


E fraquejando na minha vontade mato-me uma vez mais...E esta morte sabe tão bem, que não consigo parar.






Ignorance is MY NEW BEST FRIEND.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Diverte-te.

A indigestão da alma é-te provocada por
palavras verdadeiras que eu digeri demasiado tempo.
Agora é a tua vez de as saboreares e veres como te sabem a medo puro
e à leve sensação de que já estou a caminho...
Mais tarde, quando o quiser comprovar
sei que me posso dirigir a ti e tu vais-me dizer
que quando nos encostam á parede é mais dificil respirar
e que desejamos tê-la derrubado mais cedo.
Diverte-te. 
Ainda que comece a andar devagar, Não vou mais fixar os meus pés aqui...



It's time to move along.


 

domingo, 14 de março de 2010

My Heartache.


Dizer que ainda espero alguma coisa agora, seria uma pura mentira para me enganar, e me ajudar a suportar esta coisa incómoda que se alojou no peito. E acho que não é justo para mim fingir mais medidas de ilusão.

Sei de qualquer maneira, que já te perdi, e que me vou acostumar a isso. A essa ideia, que agora ainda nem vejo bem.
De alguma forma, tu fazias-me bem. Fazia-me bem  estar perto de ti, sentir-me livre e fora de todo o meu controle natural. Não podia suprimir o sorriso, ou o calor morno interior.
E de alguma forma, quando estava contigo estava muito melhor que sozinha, ou acompanhada por uma multidão. Fazias-me rir até daquelas palavras que me pareciam mais amargas…
E foi sempre assim, até um dia me aperceber que estar longe de ti, me fazia mal…e me dar conta que para além de te valorizar, me tinha apegado a ti.
Tinha tentado dar-te o melhor de mim…que tu nunca viste com olhos limpos. Nunca te fixaste em mim sem estar distraído em algum outro lugar. Em alguma outra cor.
E então, desde esse momento, tem doído….uma dor que eu guardo muito, muito dentro, e que deixo ficar lá, sossegadinha. Ninguém precisa da ver, ninguém precisa saber que ela existe…Ninguém precisa saber que gosto assim tanto de ti. Eu não quero que eles saibam…agora, nem sei se quero que tu saibas.
Nada disso importa agora. Não vou voltar a preocupar-me com o tempo, com a tua presença, ou com a intensidade das tuas palavras.
Vou abrir o meu melhor sorriso, e abraçar-te. Aproveitar enquanto estás aqui…porque de alguma forma, tu fazes-me sentir bem. (para lá de todos os medos, todas as dúvidas, todas as mágoas, todas as arranhadelas…para lá de tudo…)

Dúvida.


Amor?...Isso ainda existe..?

vou ter saudades tuas.

sábado, 13 de março de 2010

Simplicidade confusa.




Por vezes as coisas mais simples, são as mais difíceis de dizer. 
Por isso mesmo...porque são simples, sucintas, claras. E porque o medo nos interpõe demasiados "mas", vamos continuar a complicar o que é simples...(e no fundo não é).
Mas quem sabe um dia acordes cheia de coragem, e deites tudo para trás.
Que se lixe...
E depois sai, e vai contar as nuvens que há no céu
num dia de Primavera.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Já paravamos com isto, não?!

No fundo somos apenas a contrariedade e as voltas desencontradas que proporcionamos apercebidamente.
Quando quero ficar, tu pareces ir embora. Quando queres ficar, eu tenho medo deste lugar e vou embora. Quando te quero abraçar, viras-me as costas. Quando me tentas abraçar, não me sentes completamente. 
Quando as palavras querem sair de rompante, olhas-me com essa cara desconfiada, quase no riso. Quando as queres ouvir, elas escondem-se nos lugares mais recônditos do meu coração, e tremem de medo dessa tua expressão. 
Se procuro a tua mão, tu põe-la no bolso. Quando procuras a minha, ela anda meio que perdida procurando coisas de força, no nada suave.
E é assim que passamos o tempo, a jogar ao toca e foge.
Eu tenho medo, tu tens o meu coração, porque quando dou por ele já fugiu para perto de ti, e bate constantemente contra a porta blindada do teu. Quando se cansa, volta para trás. Depois é a vez do teu vir á procura do meu...e o meu tapasse até  ás orelhas, porque pensa que o teu já se foi embora há muito.
Talvez andemos apenas desencontrados. Talvez, não nos possamos mesmo encontrar.
Mas sabes, a mim vai-me dando vontade de estar no mesmo tom que tu, de parar de correr e esperar que tu voltes a dar a volta aqui, na espera que eu corra para o outro lado.
 Da próxima vez, eu vou ficar parada. Vou alugar um prédio enorme no centro de Nova Iorque, vou fazer-te chegar lá, e ver o que diz nas letras de néon que cintilam insistentemente, que até fazem doer os olhos.
"HEY, TU AÍ! sim, tu, eu amo-te, está bem?"
E pode ser que assim tu percebas que este jogo de crianças pequenas já não tem piada ao ser jogado por nós....

terça-feira, 9 de março de 2010

Nas suas mãos.


Bem, acho que te devo dar os Parabéns! Realmente aguentaste mais do que podia esperar de ti…Estou a rir muito mais tarde do que acharia que riria quando isto começou.
Agora até posso bater palmas, assobiar, mandar aqueles gritinhos histéricos que as meninas mandam quando podem cheirar o seu maior ídolo no palco em frente.
Não haja dúvida que te saíste bem! Não haja dúvida que tinhas razão quando disseste que eras forte, que eras capaz, que não te cansarias…Mas e agora? Para onde fugiu essa força? Onde te esqueceste dessa capacidade?... Mas e agora? Agora, como é que se tornou tão difícil correr? Caminhar? Rastejar?...
Sabes, até os heróis precisam descansar, ou recomeçar, de vez em quando… (Até os que não o são, e o tentam ser, á força…)

Fala. Fala tudo, ri.Não, cala-te. Cala até a tua expressão irónica, de regozijo que quase te é projectada do ego vitorioso de tão grande e evidente que é.Cala-te, porque os meus ouvidos estão em sangue, de tantas vozes silenciosas que lhe diferem golpes de todos os lados.E fala, fala porque talvez as tuas palavras sejam duras o suficiente para partirem a esperança que me bloqueia a razão. E grita, porque quem sabe desta vez eu te oiça…eu não ignore a tua voz.Eu sabia, eu sempre soube. Ninguém me disse que ia ser fácil, a não ser eu, a mim mesma.Uma garantia qualquer que não passou de mais uma frase vazia escrita e reescrita, e apagada, e rasurada…E ainda assim, eu não deitei a folha fora. Amachucada, rasgada, suja…Ela sempre serviu.E agora? Agora para onde me fugiu a força…E agora, como é que me esqueci da capacidade…e agora, agora…Porque é que já não corro? Porque as minhas pernas doem.Porque é que não caminho? Porque o caminho tem demasiadas pedras e cascalhos, e lixo perdido no chão. Vidros partidos. Latas cortadas, afiadas e brilhantes. E agora, porque é que continuo a rastejar?Porque tu precisas de gritar mais comigo. Tu precisas de falar mais. De te rir mais de mim…Precisas que as tuas palavras tenham a força suficiente para me partirem a esperança…e me tirarem a mania que todos podemos ser heróis…E que os heróis nunca, nunca precisam de descansar…(Sim, eu sempre fui dessas inocentes parvinhas que acreditam em contos de fadas, e tu, sabe-lo bem.)

Porquê?... Eu não te puxei? Eu não fiz tanta força, não te apertei tanto o pulso, para que não fosses? Eu não te disse que esse não era o caminho que meninas como tu seguiam?
Porquê? Porque é que tu tens sempre de ter a mesma mania que és todo o terreno? Não foste feita para pisos acidentados…Tu sabes disso.
Não és um jipe grande, com tracção ás quatro rodas…Tu és pequena, e frágil, não passas de um carocha. Até nas silvas fazes um cortezinho, e os olhos te ardem de dor. Como é que achaste que poderias caminhar sobre esses vidros partidos? Onde é que na tua ideia, te pareceu simples ultrapassar esse solo cheio de pedras e dores ansiosas por se pegarem a alguém, e risos inquietos para se fazerem soar sobre cabeças, e honras, e orgulhos, com os teus simples pés descalços? Com essa pele ainda esticada e limpa, que nunca caminhou sobre poeira, e que nem sabe como o fazer.
Tu não pertences lá, e tu sabias. Por mais que sonhasses, tu sempre soubeste. Ainda que tenhas essa "doença" chamada esperança…
Agora acredito…acredito que todas as vezes que já morreste, foi dessa doença…E sempre que renasces, continuas sem estar curada.

Esperança. A esperança sozinha nada me faz, e quando ela assim vem, é como se viesse despida.
É por isso que a cada encontro, ainda que psicótico, com esta senhora “doença” (que sempre me pareceu mais uma espécie de amiga), ela vinha toda apetrechada, com o necéssaire, a mala de viagem, e claro, nunca se esquecia das asas. Asas que eu nunca via, mas que ela me garantia que estavam lá.
Que eram umas asas mágicas invisíveis, que era como nos filmes…Bastava-me acreditar que elas existiam, para que elas existissem mesmo.E talvez seja por isso, que eu estou a meio caminho. (Ou num lugar qualquer muito aquém do que deveria ser o meio do caminho).
Porque há medida que avançava, achava que a culpa de continuar no chão era minha. Que não estava a acreditar o suficiente nas minhas asas, para que elas existissem.Foi por isso, por achar que não faria mal andar um bocadinho mais para frente, que eu só precisava de precisar mais um pouco dessas asas, para que conseguisse acreditar nelas o suficiente, para que elas existissem, que eu segui, segui sempre. Com um sorriso nos lábios, e um brilho nos olhos, disfarçando essas migalhas de fraqueza que ia apanhando como se num trilho para voltar a casa.Sempre que achei que as asas iam abrir-se das minhas costas um dia qualquer, quando a dor fosse tanta que eu implorasse por elas. Sempre acreditei. E talvez, seja esse mesmo o problema, a doença.
Acreditar que posso fazer existir, aquilo que não existe. 
Mudar aquilo que nunca ninguém conseguiu mudar…


No fundo, e agora para desempenhar o meu papel completa-me, devo dizer-te que afinal estão iguais…Tu não sabes o que ele é, e ele não sabe o que tu és.
Ele não faz a mínima ideia do quão melhor o fazes, nem imagina o quanto és capaz de gostar dele. E se perguntares a alguém se fazes bem…Podes ouvir as vozes a exclamar, que não vale a pena.
Não as ouviste tu? “Tem cuidado”, “Não presta.”, “Vais-te magoar.”…
Ah, mas é verdade, tu prometes-te que nunca te mostrarias magoada… (ainda que o estivesses). Porque não queres que ele veja, e porque não queres que lhe doa a ele. E dás a ti mesma, mais uma vez, a desculpa que o amor é assim. Que só assim estás a amar completamente, a dar tudo.Tu não o conheces, mesmo quando achas que o fazes. Aos teus olhos tem tanto dentro de si, que te enche por completo…Ficas rasa de ti, só para dar espaço ao que dele te vai encher. (que nem dele é, mas da tua força enorme de mostrar aos outros [e a ele mesmo] que é melhor do que todos dizem, e que acima de tudo é uma pessoa, que sente…)Mas quantas vezes viste brilhar nos seus olhos o sentimento puro, em bruto? Quando é que se ele sente, não teve medo de te mostrar isso…?Sim, eu sei que tu também tiveste medo…Mas pelo menos tentaste. Tentaste de tudo. Conjugaste os verbos de todas as formas possíveis, jogaste com os vocábulos, utilizaste a conta que pudeste de adjectivos, de comparações, chamaste-o vezes sem conta…Tentaste mostrar-lhe que te fazia falta aqui, e afrouxaste a palavras mais simples, mais exacta, mais desnuda porque na rua em que ele estava, fazia sempre tanto frio que tiveste medo que ela se constipasse e morresse de pneumonia. Nem doente a querias, mas de alguma forma, ela acabou por o ficar. Talvez porque a distância, é ainda mais prejudicial ao “amo-te” que o frio.E porque o “amo-te” é como tudo o que se guarda…Ganha mofo, e pó, e acaba por apodrecer…Por ficar guardado, pegado, enterrado…E quanto mais tempo estiver, mais difícil se torna de o (a)tirar.Ele não te conhece, ainda que ache que o faz. Ele não consegue imaginar como tu sentes, e como é para ti importante o que sentes. Como um tesouro comparado com isso, nada significaria.Não conseguirá nunca perceber como pode ser mais importante, brilhante, ou especial para ti, que a pessoa perfeita, a casa perfeita, o sorriso perfeito. (Bem, no fundo, nem será capaz de perceber, que nele não procuras nem uma ponta de perfeição)E será que alguma vez alguém lhe mostrou o que é isso?Sei que às vezes chegas a pensar que és tu quem está errada. Que neste mundo, já é quase proibido, uma barbaridade gostar de alguém assim.Eu mesma começo a perguntar-me acerca disso. Nem importa…Sabes lá tu mais o que hás-de fazer agora…Sabes lá tu que mais artimanhas, e desenhos, e palavras, e quadros, e fotografias, e músicas, hás-de arranjar para arrancares o “amo-te” e o pores nas suas mãos. Quem é que te tira o medo de o fazer, quando agora, para além de estar frio, ele está também longe?...E agora eu estou aqui, para fazer o papel de tua amiga. Podes chorar…Eu prometo que vais acabar por adormecer...e esta noite, vou deixar-te descansar. Longe dele, longe de mim e longe de ti. Não longe do “amo-te”, porque de alguma forma dá-me a sensação que esse “amo-te” tem ainda mais força que todos nós juntos. Ninguém te move como essa pequena palavra, ninguém. Nada.


Achas que é tarde?

Tarde como?...Horas?

Não, tarde de tempo…Tarde de distância. Tarde de frio.

Porquê?

Achas que ainda posso correr, e pôr-lhe nas mãos o “amo-te”?

Não posso julgar saber a força desse “amo-te”…por isso não te sei dizer.
 
Importaste se eu correr? Se tentar alcançá-lo? Importaste que eu ponha a prova a força do “amo-te”?

E tens força para isso? E os vidros? E as pedras? E a tua pele, que vai ficar ferida, e suja e negra?

O que importa isso…?
Nada disso me importa, se eu sei que me vai doer muito mais ver as costas dele, viradas. Longe, lá longe…como uma formiga vista dos meus 1,53 m. O que importa isso, ou a doença da esperança, a dor das feridas, da sujidade e da escuridão, se eu sei, se eu tenho a certeza que se ele for, sem nada meu, sem pelo menos esse “amo-te” que no meio de tanto que lhe dei, era só o que lhe queria dar, eu vou morrer, novamente?
Não importa. Só importa que ele sinta esse “amo-te” nas mãos. Que saiba apenas que ele existe, se para nada mais o quiser…

Então vai. Vai agora, corre. Não tenhas medo.
Parece que afinal, os heróis não se cansam…Até aqueles que não o são, e o tentam ser, á força…

  

Strong Heart, Weak Mind.