quinta-feira, 18 de junho de 2009

Falar de ti...de um dos lados do oceano.






Há agora algo entre nós que me parece mais fundamentado. Talvez melhor, mais aceite, mais correcto, mais sedimentado.
Muitos são os que me dizem que eu nunca desisto daquilo em que acredito...
São os meus sonhos...como poderia desistir deles?


Como poderia deixar de querer aquilo, se querer aquilo me faz continuar a andar para o conseguir?
É sempre assim, quando temos um sonho. É o sonho que nos faz avançar, porque de sonho podemos entender logo uma vontade de conseguir, um desejo. Não há sonhos ímpossíveis, mas sim difíceis de conseguir, e só hoje pensei como a palavra "impossível" é careta.


Para quê aceitá-la?


Porque não a aceitamos nós? Porque sonhamos. Porque temos um sonho, que por si só não nos deixa desistir, e faz ainda com que as palavras pareçam muito mais perfeitas do que o são.
Sim, porque as palavras são como as raposas....[...] Entram-me elas no coração, e se muitas vezes fazem com que eu pule de alegria, enquanto o meu corpo estremece e me foco em ti, outras levam-me a sentar-me sozinha, céptica e perdida nesse teu mundo onde não sei onde é o meu lugar.
Os sonhos são para mim como a escuridão. Enquanto no meio daquela ausência de luz estiver a pessoa que eu quero a segurar-me a mão, e a rir comigo...a adivinhar onde estou, sabendo que estou mesmo ao seu lado, então eu sigo em frente e não penso mais...Sigo o sonho e pouco mais me importa. Afinal se estou feliz, é sinónimo que estou a fazer aquilo que quero.
Mas se me encontro meio que adormecida, nas brumas do meu quarto, quando o silencio se alonga á minha volta, e tudo parece estar supenso num suspiro terrorífico, então eu começo a tremer de frio, de medo...fecho os olhos. Se sonho sozinha, então o sonho não tem piada. Então o sonho torna-se uma obrigação e eu fujo dele...O sonho torna-se pesadelo.


Qual deles vais deixar que seja o nosso...(ou o meu?)...


O sonho, não é apenas uma passagem da noite, em que vês imagens distorcidas e sentes fulgores na pele e no corpo...o sonho pode dizer-se um próprio sentimento, um conjunto deles. O melhor de tudo é a verdade que ele nos mostra...Cada vez que tentas convencer-te de algo.
Lembro-me de me ter tentado convencer que eras para mim alguém especial...Rasurei o "muito". Tive medo dele, não me quis entregar a essa tensão de esperar que fosse o mesmo para ti, então simplesmente lhe passei um risco por cima. Mas um risco leve...um risco suave...como se diz em Inglês...Um risco smooth...
Nessa noite, que pensei tantas vezes : 'não quero o muito', eu senti o teu abraço e o meu corpo aninhou-se. Quando acordei estava ainda encantada e perdida...Num mundo qualuqer que tu me mostras e que me faz sentir tão bem...tão livre e tão presa.
O sinónimo da palavra "sonho" é sempre algo agradável, algo rodeado de azuis e rosas claros e suaves...Coisas esvoaçantes e desnítidas mas que sabem bem, acalmam...Então tu serás um sonho. Mesmo que sejas realidade, serás sempre sonho, porque quando o sonho se torna real, ele continua sendo um sonho já que era aquilo que para ti seriam fantástico enquanto só o podias sonhar. Resumindo, aprendes a sonhá-lo de uma forma diferente. Aprendes a sonhá-lo não apenas em palavras e sentimentos...mas em actos e sensações, e momentos e ambições conjuntas.
É bom ter um objectivo de vida, mas é bem melhor se o tivermos em conjunto, com alguém que lute pelo mesmo que nós.
Sei que agora nos é difícil lutar por algo em conjunto...Tu tens demasiadas coisas com que lutar...pelo que batalhar. Eu também.


É viver juntos mas separados, é partilhar juntos mas separados.


Nós lá conseguimos...suportados pelo Sonho. (Que ainda o é apenas.)
O mundo ainda tem muitas coisas por serem vistas...isso não me assusta se acreditar que te encontrarei em algum lugar...por aí algures, porque como tu dizes, nada é por acaso, e se isto aconteceu, foi o destino!...(Aquele em que eu não acreditava, mas a que dei crédito pois não vi razão para não o fazer.)
Quantos meses já lá vão? Não sei, não os conto...Isso que importa? O tempo é o tempo e ele continuará a passar...o que importa é que nesse tempo não nos esqueçamos que nos seguimos de perto cada vez que olhamos o pôr-do-sol, cada vez que sentimos a chuva fria no pescoço e aquela sensaçao de arrepios doces...
Este querer tanto assusta porque não há mais razão para o fazer que não uma aproximação estranha e um sonho (ou mil deles)...Mas chega, e dá. Por vezes sobra.
Os sonhos têm também ausências. Essas ausências sonhadas não assustam muito, mas também não ficam indiferentes ao coração. Na maioria alimentam apenas o bichinho da saudade que engorda e engorda, e depois ao andar no nosso coração se nota mais o peso, a batida das pegadas. Ela ficam marcadas de maneira superficial...daquela maneira que só fica enquanto o vento não vem e as tapa...
São assim as ausências nos sonhos. São saudade pura, mas leve.
Essa saudade faz bem, não mal... Ela faz-nos recuar cada vez que vamos demasiado em frente...e depois faz-nos voltar para a frente, porque queremos matá-la. Porque queremos saber, porque queremos estar, dar a mão, ainda que personificadamente;ajudar. (e ser ajudados.)
E de distância eu poderia dizer tanta coisa. Que ela dói, mas que ela faz sentir o "especial". Que ela mata momentâneamente, mas que ela ressuscita com actos pequenos, que vistos assim são pequenamente grandiosos. Acima de tudo ela ensina-nos.
Ensinou-me a ter calma e a confiar...Não que não duvide, não que não tema ou recue, ou rejeite...Todos nós o sentimos pelo menos uma vez...Mas porque eu quero acreditar...porque nunca tive tanta vontade de acreditar.


Porque de uma forma ou outra eu sei que o tempo não foi perdido.

Não por inteiro talvez...existem coisas que continuam a magoar...pequenas coisas que me dizes para ignorar, mas que talvez sejam mais importantes do que podemos imaginar. E nós já imaginamos tanta coisa...
Acredito que por vezes canse. É por isso que nos calamos um dia ou outro, que não dizemos nada, que ficamos com a nossa vida particular. Com aquela com a qual já sabemos lidar...e da qual trocamos ideias, esperando que um dia as possamos cruzar, e nesse dia estejamos já prontos para agir de uma forma certa...
Mas eu não quero. Não quero que saibamos já o que fazer, o que dizer, o que sentir.
Como disse, não quero ser para ti o que ela é. Porque ela é meio que vazia...e eu sei ser cheia.
Cheia de tudo e cheia de nada.
Então desta vez, quando eu adormecer eu não te vou dizer..."Vou sonhar contigo". Não, porque contigo eu sonho a cada segundo, porque como eu disse, sonhar, é querer conseguir, é desejar, e eu quero sempre, em qualquer condição, de qualquer forma, faça chuva sol ou outra coisa qualquer...quer estejam do meu lado ou contra mim...
...Porque na verdade, para continuar a sonhar, só precisamos um do outro e muita coragem.














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