sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

O risco de acreditar, de amar.


Eu quero dar-te a mão, deixas-me?

Deixas que eu te pegue por um dedo, e te faça correr lá para fora, onde as estrelas brilham dançando na noite?
Tenho medo que ainda não percebas, que eu não te quero só porque preciso de ti. Eu quero-te sim, porque também tu precisas de ti, e eu quero levar-te a ti.
Quero que conheças o teu caminho, e não o caminho daqueles que te puxam, e te fazem andar aos encontrões nesta vida.
Vá lá, deixa-me levar-te!
Tenho medo, mas a mim ele não me consegue parar, percebes? Agora és tu, e eu não consigo deixar de te guardar debaixo da minha manta de carinho, eu não consigo mostrar-te um lado rude, que até não tenho. Não consigo inventá-lo para ti, porque eu não quero que aprendas esse lado, mas que o desaprendas. Que o deixes, como um vício antigo de que não mais te lembres.
Eu parei para te ver. Parei para ficar de frente para ti, para te olhar nos olhos e para te fazer ver. Não podes tu parar também por mim? Não podes tentar abrir os teus olhos, para me ver? Para realmente me ver, sem que antes vejas tudo o que nos rodeia?
E se não consegues olhar para mim, não podes então fechar os olhos e sentir-me?
Sentir-me em toda a simplicidade, em tudo aquilo que a tua afeição pelo mundo não te deixa ver. Deixa-me dar-te a mão, pode ser? Agarra a minha fortemente, agarra-a porque eu quero que fiques seguro.
Mas será que não achas já que o estás?
É quando me parece que estás bem como estás, e que não achas que nada deva mudar que acredito que todo esta espécie de plano, todo este meu risco de amar, não vai passar de uma loucura sã, que me vai magoar mais, que me fazer sorrir.
E agora? Eu não consigo deixar de te guardar de uma só vez, e depois e te trazer aos pedacinhos para a minha mente, onde te saboreio devagar, tentando decidir a que sabes.
O que és.
Eu tenho medo que as minhas palavras te soem a piada. Tenho medo que os teus olhos não estejam fechados, mas cegos. E por mais que eu te tente fazer perceber que te quero um bem carinhoso, com um amor arriscado, dá-me sempre a sensação que o meu sentimento e a minha intenção é uma brisa de final de tarde a passar por ti.
Eu ainda não te aprendi, mas não me canso de tentar e voltar a tentar. Porque eu não consigo desistir de ti. E não conseguiria desistir de ti, mesmo que tu desistisses de mim. E não conseguiria desistir de ti, se as tuas palavras fossem facas, se o teu sentimento fosse agreste, que a tua mão fosse fria e dura.
És a maior das minhas complicações agora, porque podem ser tanto a simplicidade mais simples, como a dificuldade mais difícil. És sempre algo inconstante, vejo-te de lado para lado, e a minha boca fecha-se numa linha desanimada.
Volta a doer um pouco…Ficas por ali ente mim, entre o meu nirvana e nunca sais.
Eles dizem que ainda me vou magoar, que não mereces. Mas eu não paro de gritar para comigo que por vezes, só precisamos que acreditem em nós.
Mas talvez nem precises, nem queiras, nem consigas, nem possas acreditar em mim, como acredito em ti.
Mas talvez nem precises,nem queiras, nem consigas, nem possas dar-me a mão, ver-me, sentir-me.
É o risco de amar, de acreditar.
Deixas-me acreditar?
Consegues ver esta verdade toda agora? Consegues senti-la?
Então, deixas-me dar-te a mão, pequeno?

Sem comentários:

Enviar um comentário