sábado, 24 de julho de 2010

"Se, esteja onde estiver, arranjar maneira de te ver, só ficarei triste, como fico triste sempre que vejo uma vida desperdiçada, uma vida em que o caminho do amor não conseguiu cumprir-se."

Susanna Tamaro




Nunca te sentiste sozinho? Nunca te sentiste a fazer a travessia contrária?
Nunca sentiste dor nos teus joelhos, nas palmas das tuas mãos, no fundo raso do teu peito?
Nunca sentiste o ar pequeno demais? Pesado demais?
Donde vieste? Quem és tu, que não a imagem de uma pessoa, a folha de rosto
de uma resma de papéis amachucados ?
Magoa-me. Faz-me doer, outra e outra vez. Sorri de gozo.
Vai-te embora e volta depois, quando eu já estiver bem. E faz com que fique tudo mal.
E faz-me doer outra vez.
Nunca precisaste de um abraço? Onde pudesses descansar
dessa tua pose de defesa para com a vida. Onde pudesses baixar
a cabeça e admitir que também te cansas.
Eu gostava. Gostava tanto de saber em que lugar tu te deixas cair
quando a tua máscara pesa demais e não te deixa estar de pé.
Nunca precisaste de um abraço?
Deixa-me abraçar a tua escuridão. E faz-me doer outra vez. Magoa-me.




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