sábado, 12 de dezembro de 2009

Afasta-te.

Vou fazer de conta que tudo está leve agora.
Vou procurar um ombro qualquer,
uma imitação barata.
Porque desta vez serve tudo.
Desta vez não importa o tempo que ficas, ou o tempo que quero que fiques.
Desta vez, não importa se
continua a chover sobre mim.
Só quero esquecer que me lembrei.
Só quero que este peso não me afunde o coração,
Não mo ponha quieto sem bater.
Não me faça tremer.
Afasta-te de mim.Sai daqui.
Preciso de não te ver, preciso de não te saber.
Preciso de não precisar de ponderar nas tuas vontades.
Vou sair por aí. E desta vez, lembra-te.
Desta vez serve tudo,
Desde que vás embora.
Desde que fiques longe do meu querer.
E a cada palavra que digo, eu ponho
um pouco do grito surdo.
Porque é nesta vontade de te expulsar de mim
Que te vou guardando,
cada dia um pedacinho mais...
E porque é nesta sensação de que me
tornas mais leve, se acreditar,
Que me pesa no coração, saber que isso
começa a não me chegar,
cada dia um pedacinho mais...







Tenho a certeza que te vais lembrar de mim,
se tiveres de o fazer.'

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