sexta-feira, 12 de março de 2010

Já paravamos com isto, não?!

No fundo somos apenas a contrariedade e as voltas desencontradas que proporcionamos apercebidamente.
Quando quero ficar, tu pareces ir embora. Quando queres ficar, eu tenho medo deste lugar e vou embora. Quando te quero abraçar, viras-me as costas. Quando me tentas abraçar, não me sentes completamente. 
Quando as palavras querem sair de rompante, olhas-me com essa cara desconfiada, quase no riso. Quando as queres ouvir, elas escondem-se nos lugares mais recônditos do meu coração, e tremem de medo dessa tua expressão. 
Se procuro a tua mão, tu põe-la no bolso. Quando procuras a minha, ela anda meio que perdida procurando coisas de força, no nada suave.
E é assim que passamos o tempo, a jogar ao toca e foge.
Eu tenho medo, tu tens o meu coração, porque quando dou por ele já fugiu para perto de ti, e bate constantemente contra a porta blindada do teu. Quando se cansa, volta para trás. Depois é a vez do teu vir á procura do meu...e o meu tapasse até  ás orelhas, porque pensa que o teu já se foi embora há muito.
Talvez andemos apenas desencontrados. Talvez, não nos possamos mesmo encontrar.
Mas sabes, a mim vai-me dando vontade de estar no mesmo tom que tu, de parar de correr e esperar que tu voltes a dar a volta aqui, na espera que eu corra para o outro lado.
 Da próxima vez, eu vou ficar parada. Vou alugar um prédio enorme no centro de Nova Iorque, vou fazer-te chegar lá, e ver o que diz nas letras de néon que cintilam insistentemente, que até fazem doer os olhos.
"HEY, TU AÍ! sim, tu, eu amo-te, está bem?"
E pode ser que assim tu percebas que este jogo de crianças pequenas já não tem piada ao ser jogado por nós....

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