terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Emptyness....



A noite está fria...

O dia vai longe...

Sento-me numa estrela que fugiu do luar e ficou na terra, caída...Coitada, ninguém nunca lhe disse que lá emcima era tudo mais fácil...

Os meus braços agarram os joelhos num pedido desesperado de calor...Mas ele não chega.

Olho á minha volta e vejo apenas algo...apenas algo a que não mais acho piada...

Não está vento, mas gotas de chuva bailam na minha face, abaixo das linhas inferiores dos meus olhos, otrora bem delineados a preto...Linhas que me tingem de preto a imensidão de pele que se lhes segue...

Não sei se estou em casa...Não me sinto em casa...Mas o certo é que todos estão á minha volta, pedindo-me para sorrir, pedindo-me para tentar, pedindo-me para esquecer, pedindo-me para não chorar...

It's too hard...It's too hard...

Peçam-me para desistir...Peçam-me e fiquem felizes porque eu o farei. Peçam-me e tornem mais fácil a frase: "Eu tentei..."

Oiço tudo nesta noite...Oiço tudo nesta vida...

E enquanto ela passa em marés turbulentas, eu ando meio perdida...eu perco a vida, andando nela meio adormecida...

Ainda me lembro quando era mais pequena, com os sete anos, de pensar que com esta idade aproveitaria cada momento, cada sorriso quente, cada facilidade...

Mas agora eu apenas sei que não existem facilidades.

Mas agora eu apenas sei que existem sorrisos armadilha...

Mas agora eu apenas sei que os momentos maus sobrepoem-se aos bons e deixam-nos amachucados como um papel de chupa pelas calçadas sujas...

E talvez seja tarde de mais para correr atrás deles.

Não vejo cores nas imagens que me envolvem...Não vejo saída das mãos escuras que me agarram...

Hoje eu peço desculpa por tudo o que não vi em ti...

Hoje eu peço desculpa também por mim...

Saber que algures tu estás embrenhado na vida, deixa-me feliz...Deixa-me com vontade te olhar...

Mas depois, a cada olhar que se encontra com o teu eu morro mais um pouco...Eu envelheço mais um pouco...Eu desconexo outra parte fantástica de mim...

E cacos, será talvez o que irá restar no fim.

Eu lutei tanto por me salvar...Oh herói eu corri tanto para sair deste lugar...Mas eu ando ás voltas e chego donde parti.

Cansada...estou só cansada. Cansada de carregar dentro tanta coisa que não consigo deitar fora como tu...

Eu sei que as minhas palavras se tornaram tão velhas quanto o tronco da árvore que nos ouvia...e nelas se incrustaram todas as minhas lágrimas aquando, naquele dia escuro de sol, me viraste costas e seguiste por um caminho feito de estranheza...

Fiqeui vazia...Sem nada para dizer, sem graças para incluir emconversas cómicas, sem sentimentos para aplicar em gestos, sem voz, sem luz para encher a vida, sem cor para parecer brilhante...Sem Inverno, Primavera, Outono ou Inverno...Fiquei eu...um "eu" que me pareceu tão pobre...

Hoje, aqui, ouvindo a água correr lá longe, num suave múrmurio difuso, eu volto a sentir-me vazia...Vazia como a tua última palavra...Vazia como a tua última mentira:

"-Um dia ainda vais ser muito feliz..."


3 comentários:

  1. está lindo, innês.
    como todos, aliás *.*
    btw, já te adicionei lá no meu blogzinho.
    Love chu' <3

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  2. Escreves extremamente bem.

    Acho que a "felicidade" não existe... apenas momentos felizes espaçados no tempo. =)


    kiss*

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