terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

Solidão (na luz...)



Ausente na presença de uma carência,
Induzida por alguém que não quer conscientemente
Mas que conscientemente sente ausente a ausência
Numa nota de música permanentemente
Ecoada.

Um corpo inerte, de coração estrondosa
E escondidamente perceptível!
De grito surdo, plenamente audível
Qual aparência formosa,
De entranhas sujas, fartas…

Que é que existe para além do luar
Que não a escuridão?
É o falar mudo na razão das não razões?
Incertezas,
Coisas inconscientemente dolorosas, que acabam sem noções
Músicas sem refrões.

Quão músico, pode um músico ser,
Sozinho?
Deitar melodias ao ar,
Tendo a plenitude do contraste colorido
Como espectador.
Só o pode ser um sonhador.
E de que serve sonhar,
Sem a ambição do sonho se realizar?
É apenas pensamento e/ou reflexão…

Estou materialmente cheia,
Afectivamente vazia…
«Quando acompanhada, anseia
Estar sozinha…»
Que estou eu, se não só e apenas
Numa sólida presença?
E eu, que preciso de companhia
Que comigo vagueia…

Tanto esperei por esta estada
Mas agora não parece ter qualquer piada…
É preciso sentir…
O calor do teu amor,
Ao em mil rosas de cheiro adocicado
Sorrir…

Aquele velho e antigo,
Cheio de poeira incomodativa
Que eu não consigo limpar,
Fazendo da boa memória
Substância nociva…

Oh, eu estou aqui, nesta indecisão,
Perguntando-me repetidamente
Se é medo da escuridão
Ou da luz…

Questionando porque é que ela me não seduz…
Porque só vejo um caminho…
E na solidão não é preciso estar-se sozinho!
(Material…solidamente)
E a solidão, desenganem-se, não é sinónimo
De negrume ou escuridão
Pois se não encontrarmos o factor que nos conduz
Estaremos em solidão…na luz.

3 comentários:

  1. Olha, sabes que mais?...
    Gostei muito.

    Está muito bonito mesmo. =)


    kiss*

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  2. estão brutais todos, tens muito jeito pra isto, continua :D

    Pedro M.

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