quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Silêncio.


E na voz do silêncio podes ouvir tudo. Ouves tudo o que existe para ser dito.
Na voz do silêncio soa tudo. Tudo o que precisa de ser dito.
Não o temas. Não o queiras forçar a evaporar-se. Não instales em ti esses burburinhos que são um semi-barulho, que não te deixam ouvires-te, ou ouvir os outros.
Que te deixam meio zonzo e apagado, e te fazem andar na vida aos trambolhões…Que te fazem cair, e cair, mesmo antes de te levantares…
Ouve o silêncio. Pois é no silêncio que o coração fala.
É nele que precisas de confiar, tens de confiar. Procuras por razões, e palavras que te acalmem o respirar, e não queres perceber que não é esse o caminho.
Tu não precisas de mais barulho, estás cheio de barulho…a tua vida parece uma discoteca onde a música não pára de tocar…E tu perdeste no meio dela por não conseguires perceber onde está a porta de saída, e a de nova entrada. Andas por ali enrolado, como uma criança se enrola nas ondas, e ignoras que precisas do silêncio.
Talvez tenhas medo dele, talvez que te assuste essa serenidade toda, esse sentimento bom…Não sabes lidar com ele.
Mas ouve o silêncio…Vá lá…ouve-o.
Deixa que ele te fale, e depois tenho a certeza que perceberás que afinal, só tu tinhas as respostas e as palavras que tanto procuravas.
Que tinhas em ti, muito mais que esses sentimentos de cansaço e desilusão…esses sentimentos de marca usada, e de coisa repetida. Coisa sem gosto, sem brilho…


Escuta a voz do silêncio. Escuta-te. Estás a precisar de ti, mais do que qualquer outra pessoa.

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